Nascido na pequena cidade paulistana de Ibirarema, há 27 anos, Nando Luiz chegou ao Rio de Janeiro, há quatro anos. E vem despontando como um novo nome da música sertaneja contemporânea. Se destacando na noite carioca suas concorridas apresentações nos mais diversos palcos da cidade, tem mostrado que o gênero musical do momento conquistou o coração do carnaval, do samba, do funk. E coroando a ótima fase está trabalhando duro com seu terceiro álbum, "Detalhes", lançado no ano passado.

Da pequena cidade paulistana de Ibirarema, Nando Luiz ganhou os corações cariocas

Ele conta que recebeu um convite para cantar na cidade e aceitou. Arrumou as malas e lá se foi, aventurar-se em um lugar sem conhecer ninguém e, com a ideia de ficar apenas um mês. Mas as coisas fluíram tão bem, que não tinha outra opção, a não ser ficar.

"O Rio de Janeiro é realmente abençoado por Deus e poder viver aqui fazendo o que mais gosto na vida é simplesmente maravilhoso. Fui abraçado com muito carinho e sou totalmente grato por isso. Nasci ouvindo música sertaneja com meus pais, acompanhava meu tio em shows e hoje sobrevivo com minha arte e dom", agradece o sertanejo.

"Detalhes", produzido pelo músico Rogério Plaza, é composto por cinco canções inéditas, além de cinco faixas bônus. A música de trabalho, a romântica "Não vou voltar", ganhou videoclipe, com a participação especial da atriz Mariana Xavier, e registra mais de 170 mil visualizações no YouTube.

"Foi um processo bastante cauteloso, em que vínhamos de trabalhos bem sucedidos. Escrevi, escutei obras de outros autores, para chegar neste repertório. Queríamos mostrar um pouco mais de mim mesmo. O título, por exemplo, saiu do fato de nos atentarmos em cuidar dos mínimos ‘detalhes’. Minha veia romântica precisava ser salientada, mas não podemos fugir do que o mercado pede, então está dançante. Muito bom", conta.

 

Histórias viram música

O universo amoroso vindo da alma do jovem cantor continua presente nas seguintes canções: "Travesseiro", "Casamento", "Tá faltando coragem" e "Porta retrato", completando a nova safra de inéditas assinadas por Nando. "Gosto muito de compor, de ouvir histórias e transformar em música. A inspiração vem de Deus e de momentos que passo, ou algo que alguém me conta. Ainda não tenho uma letra autobiográfica, mas sempre alguma coisa na música acaba relatando alguma vivência", reconhece.

Lançadas em discos anteriores, as faixas-bônus são músicas "xodós" dos fãs de Nando. Somente o clipe de "Coração de gelo" (Nando Marx/ Douglas Mello/ Flavinho Tinto) já passou da casa do milhão de visualizações. Depois vem "Danada", faixa em que Nando brinca com a sensualidade da mulher brasileira, ou seria da carioca? Outra canção assinada por Nando, "É pacabá", produzida pelo maestro Pinocchio, que mistura o sertanejo com o arrocha, gênero surgido na Bahia.

"A música proporciona esses experimentos, sem distinções. Hoje vemos várias junções, como sertanejo com funk e sertanejo com pagode, entre outros. Isso é bem Brasil. É a nossa cara", frisa o cantor.

Ainda tem lugar para as dançantes "Vou tocar o terror" (Nando Marx/ Douglas Mello/ Flavinho Tinto) e "Noite dos solteiros" (Nando Luiz), que segundo ele, não deixam ninguém parado.

 

A música

Nando Luiz foi tomado pela música sertaneja quando era apenas uma criança. Tinha como ídolos Tião Carreiro e Milionário & José Rico por influência dos pais. Entre seus artistas preferidos também estão as duplas Zezé Di Camargo & Luciano e Jorge & Mateus, além dos "gringos" Bruno Mars e Sam Smith.

Mas, assim como muitos, ele entrega que gosta demais do rei Roberto Carlos. "Acho que temos que ouvir de tudo e fazer o que o público quer ouvir. Não ser egoísta e fazer um show para a gente, mas para eles que são os que elevam nossa carreira. Faço de tudo", destaca o cantor.

Nando segue seu raciocínio e menciona que existem cantores incríveis no mercado. E mais uma vez cita Roberto Carlos como exemplo: "Não é a toa que ele é o ídolo maior da música brasileira. Suas letras são tipo: ‘Nossa, queria que essa música fosse minha’... Nossa assessora contou uma história de que ele chegou em uma rádio certa vez e foi direto até a moça que fazia a limpeza... Percebe? Não é porque somos artistas que somos melhores do que ninguém. Passei a admirá-lo ainda mais depois de saber disso!", exclama Nando Luiz, revelando admiração pelo rei.

 

Dom de criança

A carreira musical despontou cedo, aos 5 anos ele cantava música gospel na igreja e já se apresentava em rodeios e festivais da região da Ibirarema. Aos 14 anos, Nando começou a se apresentar profissionalmente em uma banda de baile, com a qual viajou por todo o país.

A carreira solo o levou Nando Luiz a cidades como Goiânia, São Paulo e Aracajú, além, é claro, do Rio de Janeiro, que o cativou. "Os fãs cariocas são calorosos, atenciosos. Um presente de Deus em minha vida! Meu muito obrigado por receber esse filho de São Paulo", agradece o sertanejo, que também conquistou ‘a gente da Cidade Maravilhosa’.