Combate às fake news: discussão fundamental

PRUDENTE - THIAGO MORELLO

Data 07/06/2020
Horário 14:28
Arquivo - Leonardo: "Pessoas mais estudadas pesquisam mais"
Arquivo - Leonardo: "Pessoas mais estudadas pesquisam mais"

Mais do que nunca, é possível encontrar notícias falsas, as chamadas fake news, espalhadas pela internet, principalmente nas redes sociais. Elas vêm de todos os cunhos, mas nos últimos tempos, está ligada principalmente a assuntos relacionados à área política. Contudo, discutir sobre o tema, para que o combate seja cada vez mais eficaz é essencial, uma vez que sua difusão em veículos de comunicação, sobretudo nas redes sociais, tem ocorrido de forma rápida.

Antes de mais nada, Leonardo Ribelatto Lepre, que é coordenador de Inovação e do Curso de Marketing e Publicidade da Toledo Prudente e doutorando em Gestão da Inovação, explica o porquê das fake news serem difundidas de forma rápida: “é porque elas estão ligadas a um pensamento muito extremo da pessoa”. Em outras palavras, ele diz que representa o ideal da pessoa. “É necessário ouvir uma solução fácil”, completa. E outro ponto: são confeccionadas com uma linguagem simples, de fácil entendimento e persuasão.

Entendendo melhor sobre como as fake news são facilmente difundidas, qual é o melhor mecanismo para evitá-las? Leonardo fala que é o ensino. “A educação seria o melhor remédio”, porque uma pessoa mais instruída, mais cética, mais estudada, pesquisa mais e tem um comportamento menos baseado somente na crença, pontua.

E o segundo ponto, ainda de acordo com o especialista, parte do pressuposto de que as redes sociais, onde mais as notícias falsas são veiculadas, estão perdendo a credibilidade entre as mídias, no sentido de usá-las como um veículo para informar.  “Porque quando uma informação falsa é detectada, ela não cai sobre o sujeito emissor, mas sobre a mídia”.

Porque quando uma informação falsa é detectada, ela não cai sobre o sujeito emissor, mas sobre a mídia

Leonardo Ribelatto Lepre

Em um dos exemplos de mídia em que houve um esforço para desmistificar essa reprodução de correntes de notícias falsas, ele cita o caso da Rede Globo, que tem o quadro “Fato ou Fake”, feito pelo Portal de Notícias da emissora, o G1. “É fundamental que os profissionais da área de comunicação pensem em como lidar com essa situação. Nos veículos de comunicação também existem fake news. Mas se o jornalista fala algo que é mentira eu tenho como entrar com ação judicial, talvez. Há um certo controle. Já na rede social, alguém criou, mas não necessariamente eu sei quem foi, pois caiu na sociedade com uma arte legal, um layout, tem forma de notícia e aí se difunde, detalha.

E como uma das medidas para diminuir esse problema, Leonardo defende que, apesar de ser contra a regulação, e isso ser triste, a internet precisa ter uma veiculação melhor. “Não do que se veicula, mas quem está nela”, cita. Para ele, seria legal propor que quem escreve ou está em uma rede social deveria estar registrado num provedor, num servidor, com o CPF, talvez, para que a marca consiga localizar quem originou aquilo. “Acredito que isso traria uma redução significativa, porque as pessoas estariam com muito mais medo de veicular notícias falsas”, considera.

Combate às fake news

Proposto pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), o PL (Projeto de Lei) 2.630/2020 tem por objetivo combater as fake news e prevê normas e mecanismos de transparência para redes sociais e serviços de mensagens da internet para combater abusos, manipulações, perfis falsos e a disseminação de notícias falsas. Nessa semana, o texto chegou a entrar na pauta do Plenário, contudo, foi retirada pelo presidente da casa, Davi Alcolumbre (Democratas), para contribuição dos demais senadores. O projeto tem gerado polêmica no meio político, visto por alguns até mesmo como “censura”.

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