Comissão de mães do PUM é contra transferência

PRUDENTE - GABRIEL BUOSI

Data 17/12/2019
Horário 08:13
Jean Ramalho - Comissão de mães luta para que transferência não ocorra para o PUM
Jean Ramalho - Comissão de mães luta para que transferência não ocorra para o PUM

A reportagem se reuniu na tarde de ontem com a Comissão de Mães do PUM (Parque de Uso Múltiplo) que defende, representando as famílias envolvidas no caso, a não transferência dos comerciantes do Camelódromo de Presidente Prudente para o espaço destinado ao esporte e lazer. Uma das porta-vozes do grupo, Maria Isabel Siman, gerente de vendas de 43 anos, afirma que o impacto para o aprendizado das crianças seria muito grande, o que fez com que sete mulheres tomassem frente da luta em favor da educação e do esporte.

“Dentro dessa ação civil pública que prevê a reforma da praça, o que nos chamou a atenção foi o que foi colocado, como a necessidade de retirar de lá a venda irregular de bebidas, de alimentos, acúmulo de lixo e nos questionamos: vão mandar tudo isso para o PUM?”, expõe Maria Isabel. Ela pontua ainda que, diretamente, são mais de 700 crianças assistidas que seriam prejudicadas.

Com isso, o grupo buscou ajuda junto à Defensoria Pública do Estado de São Paulo, uma representação no Ministério Público do Estado de São Paulo, uma audiência pública na Câmara Municipal de Presidente Prudente e uma reunião com o prefeito Nelson Roberto Bugalho (PTB). “Começamos uma saga e nossa luta é para que sejam mantidas as atividades, com qualidade, neste espaço”, aponta Maria Isabel. Ela ressalta ainda a dificuldade que diversas famílias enfrentariam, ao terem que, por exemplo, percorrer diferentes e distantes pontos da cidade para garantir que os filhos participassem das modalidades espalhadas pelos novos pontos escolhidos em Presidente Prudente. 

A Comissão de Mães apontou ainda a preocupação com a vulnerabilidade das crianças que transitariam no Parque de Uso Múltiplo em paralelo às atividades comerciais – já que algumas modalidades seriam mantidas por lá, e comentou sobre a existência de um laudo emitido por uma arquiteta da FCT/Unesp (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista), que pontua, entre outros fatores, a possibilidade de a reforma ser feitas em parte na praça, ou da possibilidade de redistribuição dos boxistas ao redor do Camelódromo, sem que haja um deslocamento. “Além disso, é constatado que falta um projeto que demonstre a viabilidade estrutural de que o PUM possa receber tamanha estrutura”. A reportagem não teve acesso ao documento emitido pela arquiteta.

PREFEITURA ANALISA

SITUAÇÃO APRENSENTADA

“Apenas parte do PUM será utilizada pelos comerciantes, caso o projeto de reforma se concretize e os comerciantes optem por usar a referida quadra”, expõe a Prefeitura. A administração alega ainda que o complexo principal, com quatro quadras, continuará à disposição dos alunos e atletas da cidade normalmente. Paralelamente a isso, segundo a Prefeitura, o município também levará alguns dos alunos para demais localidades como a quadra poliesportiva coberta do Parque do Povo, Jardim Itapura e a Praça da Juventude da Cohab.

“Todos dispõem de cobertura, banheiros e toda a infraestrutura necessária para atender os alunos. É importante salientar ainda que, nos meses de janeiro e início de fevereiro, tradicionalmente as aulas são suspensas ou reduzidas em função das férias escolares”. A área a ser eventualmente utilizada pelos boxistas ficará isolada do restante do complexo esportivo, com uma entrada independente pela Rua Djalma Dutra, sem contato com alunos e atletas que utilizam o PUM para prática esportiva, segundo a Prefeitura.

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