Comitiva de Prudente vai até o Pantanal para entrega de mantimentos

Grupo mobilizou campanha que arrecadou 2 toneladas de alimentos, sendo necessárias três viagens para completar o transporte

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 10/10/2020
Horário 10:57
Cedida - Grupo organizou a campanha "Pantanal em Chamas", que captou doações para Instituto Homem Pantaneiro
Cedida - Grupo organizou a campanha "Pantanal em Chamas", que captou doações para Instituto Homem Pantaneiro

“Na minha percepção, as doações vão ajudar e servir para que a fauna e os moradores tenham um recurso nesse momento”, essa é a afirmação do documentarista de natureza, Fernando Cardoso Lara, que integra umas das equipes junto aos biólogos, veterinários e outros profissionais que fazem parte de um grupo de pessoas da rede privada que decidiram se organizar para ajudar no combate às queimadas no Pantanal, em Mato Grosso do Sul.

Ele reforça a sua fala no sentido de que a união de todos pode mudar a situação que atinge a fauna, a flora e os moradores do local. “Acredito que ações desse tipo deveriam acontecer ao menos uma vez por mês nesse momento. Se a sociedade se mobilizar, com certeza poderia ajudar por um período. A demanda é real, o nível de devastação é assustador, precisamos de ajuda”, diz.

Com o propósito de colaborar com essas equipes que estão no Pantanal, trabalhando na linha de frente de combate aos incêndios, os cursos de Ciências Biológicas e Medicina Veterinária da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista) organizaram a campanha “Pantanal em Chamas”, que buscou reunir doações para o Instituto Homem Pantaneiro. Nessa semana, as doações foram entregues na base da Polícia Militar e Ambiental de Corumbá (MS), pelo professor Willian Hiroshi Suekane Takata e os alunos Caio Pires Guarnier e Mariana Cabrera Fernandes, respectivamente dos cursos de Ciências Biológicas e Medicina Veterinária.

Para o professor, a campanha foi um sucesso, pois foram arrecadados em torno de 2 toneladas de alimentos, sendo necessárias três viagens para levar todos os mantimentos. “A Unoeste se disponibilizou e arcou com todo o custo do transporte, os alunos doaram dinheiro que foi revertido em cestas básicas e entregues para algumas famílias que tiveram suas casas atingidas pelas queimadas”.

Situação crítica

Willian diz que a situação está bem complicada, já que a falta de recursos dificulta os trabalhos e, por isso, existe a necessidade de realizar e contribuir com essas ações. “O cenário é bem difícil, os pontos que foram queimados não possuem disponibilidade de água e de alimento. Os animais estão fugindo do fogo que tem se alastrado rapidamente, sendo que, em uma das nossas entregas, passamos por uma estrada e, ao retornar, a fazenda ao lado estava em chamas. Os pantaneiros que vivem nas comunidades carentes sofrem, pois estão sem a fonte de recurso deles e dependem dessas doações para se alimentar”, fala.

Para Caio, que cursa o 4º termo de Ciências Biológicas, é nítido o sofrimento e a angústia dos animais e moradores. “É preocupante. A flora está sendo devastada com essas queimadas não naturais, os animais estão morrendo queimados, intoxicados, muitos correm do fogo e são atropelados nas estradas, os que sobrevivem têm que lutar por alimento e o fogo está acabando com a fonte de comida deles”, explica.

A comitiva da Unoeste chegou no dia 6 com as doações e foram recebidos pela equipe do Rotas Verdes, que tem o biólogo e egresso da Unoeste, Douglas Albuquerque Ferreira, como integrante. Caio explica ainda que decidiu ficar por mais alguns dias para ajudar nos trabalhos. “Me sinto bem em ajudar e o meu sentimento de querer colaborar mais me motivou a permanecer aqui. Os moradores estão sendo afetados e temos poucos brigadistas nesta região e com muita dificuldade em relação a água e alimentação”, comenta.

Trabalho voluntário

Nas ações de combate aos incêndios no Pantanal, o curso de Medicina Veterinária da Unoeste também é representado pela médica veterinária Ilka do Nascimento Gonçalves. Formada em 2003, ela é dona de uma clínica de animais de pequeno porte em Salvador (BA) e se deslocou até o Estado do Mato Grosso do Sul. Ela faz parte do Grad (Grupo de Resgate de Animais em Desastres), que atua em todo o país.

Ilka reforça as falas dos alunos e professores da Unoeste que estão envolvidos nessa ação de combate as queimadas. “A situação está bem crítica. Atendemos todas as demandas, distribuindo água e alimentação. Fazemos o resgate de animais, pois estão bem debilitados e temos profissionais qualificados para fazer esse atendimento. Nosso trabalho é totalmente voluntário”, comenta.

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