Como falar com alguém com  Alzheimer? Você sabe?

OPINIÃO - Sergio Munhoz Pereira

Data 16/08/2023
Horário 04:30

A doença de Alzheimer ainda é considerada a forma mais comum de demência, afeta 6,7 milhões de adultos com mais de 65 anos nos Estados Unidos; e no Brasil poderá chegar a 5,6 milhões de indivíduos com esta condição em 2050. Para ter uma ideia o quão é assustador, em 2019, eram cerca de 1,8 milhão de doentes. Isso significa que a expectativa dos casos aumente em mais de 200%.
A doença Alzheimer destrói lentamente a memória de uma pessoa, como também diminui suas capacidades de comunicação, chegando a um ponto onde o próprio doente não se conhece (e nem os outros). Tudo isso pode ser profundamente frustrante para os cuidadores que, a cada dia, observam o grau de deterioração do paciente.
Familiares e cuidadores precisam ter em mente quando passar tempo com alguém que tem a doença que é importante melhorar a capacidade de comunicação, visto que impacta positivamente, bem como, aos poucos, será preciso mudar a abordagem conforme a doença progride.
Familiares e cuidadores que diariamente estão juntos com doentes de Alzheimer é importante que:

1-Estejam atentos à sua linguagem corporal e ao ambiente
Lembrem-se que à medida que os doentes vão perdendo a capacidade de se comunicarem, eles ainda leem muito bem, portanto, esforcem-se para terem uma atitude calma e amigável. Reconheça que sua linguagem corporal comunica algo. Tente ter conversas cara a cara sempre que possível. Limite as distrações e o ruído de fundo.

2-Evitem perguntas imprecisas e em tom alto
Em vez de uma pergunta geral como: o que você quer para o jantar? 
Pergunte: Você gostaria de bife acebolado ou lasanha?
Em vez de perguntar: qual roupa você quer sair? 
Pergunte: Escolha entre estas duas camisas (somente uma calça, ou entre estes dois vestidos, o que você deseja?)
Assim você evitaria dúvidas e com certeza menos estresse.
Ah! Evitem falar alto, ou mesmo gritarem, pois pode parecer condescendente. Essa abordagem normalmente tende a tornar as pessoas mais resistentes aos cuidados.

3- Mude de abordagem conforme a doença progredir
Saber em que estágio da doença seu familiar está pode ajudá-lo a aprimorar sua abordagem. No estágio inicial, é importante sempre evitar fazer suposições sobre a capacidade de comunicação da pessoa com base no diagnóstico. Não exclua a pessoa das conversas e dê a ela tempo para responder sem interrupção.

4-Conecte-se com os recursos
Melhorar as capacidades de comunicação pode ter um impacto tremendo tanto na pessoa com a doença quanto nos cuidadores. Fonoaudiólogos têm ajudado muito
Não esqueçam que cuidados, amparo, carinho e amor são imprescindíveis.
 

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