Confira a história do venceslauense que veste o manto do Timão Sub-17

Roberto Batista Prado Neto, o Beto, surgiu na Escolinha da R23 em Venceslau, passou pelo Grêmio PP, MAC, treinou na base da Seleção e, desde 2020, joga com a camisa do Corinthians  

Esportes - CAIO GERVAZONI

Data 18/06/2023
Horário 08:30
Foto: Rodrigo Gazzanel/Agência Corinthians
Com o manto do Timão Sub-17, Beto está na disputa do Campeonato Paulista de categoria 
Com o manto do Timão Sub-17, Beto está na disputa do Campeonato Paulista de categoria 

É de Presidente Venceslau a raiz do atacante Roberto Batista Prado Neto, o Beto. O jovem de 17 anos veste a camisa 9 da equipe Sub-17 do SCCP (Sport Club Corinthians Paulista). Se no futebol profissional um furacão semelhante ao de 2007 passa por Itaquera atualmente, na base com garotos até 17 anos o clima é de bonança: o Timãozinho se classificou em primeiro no grupo 8 da 1ª fase do Campeonato Paulista e chegou à semifinal da curiosa Copa Brics, que reuniu clubes brasileiros, a seleção russa Sub-17 e o Zenit, de São Petersburgo, na Rússia

O “Time do Povo”, fundado em 1910 por operários no bairro do Bom Retiro, na capital paulista, recebeu esse nome inspirado na passagem dos ingleses do Corinthian FC pelo Brasil no início do século XX. O nome "Corinthians" se tornou uma alcunha para outros times de futebol em diferentes partes do país, como o Corinthians alagoano. 

Em Presidente Prudente, por exemplo, não há como se falar da história do futebol profissional local sem citar o nostálgico Corintinha, que tenta se reerguer por meio das categorias de base. Há 50 quilômetros de Prudente, também há um Corinthians, o Esporte Clube Corinthians de Presidente Venceslau. 

No entanto, o alvinegro venceslauense não chama tanto a atenção quanto o personagem deste texto. A única relação de Betinho com o time é a cidade de Presidente Venceslau, local de nascença do prospecto em 2006 e de fundação do time, em 1946. 

BETO, O PROSPECTO
Beto Prado Neto, que teve seu nome colocado na trinca de Robertos da família – 1º do avô Roberto Prado e 2º do pai Roberto Prado Júnior –, é de Presidente Venceslau e atualmente veste a camisa 9 da equipe Sub-17 do Corinthians. 

A história do jovem de 17 anos, que já tem os seus capítulos iniciais escritos no futebol, é interessante: do início de Beto na cidade da região com a Escolinha R23, às passagens por Grêmio Prudente, MAC (Marília Atlético Clube), até ao cenário atual em que está inserido no Parque São Jorge, com o manto do Timão, na disputa do Campeonato Paulista Sub-17 e da Copa Brics. 

O primeiro treinador de Beto, Renan Ruiz - que tem a Escola de Futebol R23 em Venceslau, e o próprio Beto ajudam a reportagem de O Imparcial em contar como o garoto do Pontal está florescendo com a camisa do Corinthians Sub-17 no afunilado canteiro de jovens jogadores que buscam ascender seus sonhos por meio do futebol profissional: 

O início em Venceslau

Beto começou a treinar na Escolinha R23, aos 5 anos de idade, influenciado pelo pai Roberto Júnior, que mencionou para Renan, o primeiro treinador de Betinho, que o menino não sabia jogar futebol. “Eu respondi: ‘Ah, cinco anos não é nada [tão sério], né? É mais diversão mesmo’”, conta Renan quando ouviu falar do menino. 

Pouco tempo depois, Betinho apareceu com seu avô para treinar na Escolinha da R23, no Clube do Coroados, em Venceslau. Impressionado com as habilidades do menino, Renan recorda o momento em que Betinho chutou a bola no gol de forma surpreendente durante o primeiro teste, aos 5 anos de idade. “Eu joguei a bola para o alto e ela subiu bem. [Beto] deixou dar um pingo e deu um chute para o gol que foi na gaveta, cara”, conta Renan. “Eu pensei na sequência: ‘Oxe, que negócio estranho. O menino já chega assim dando um chute desses’. Foi demais”, complementa o treinador sobre o causo do primeiro contato com Beto. 


Betinho começou a treinar futebol na Escolinha da R23, no Clube do Coroados, em Venceslau

Talento, força e personalidade

Renan frisa que desde cedo ficou evidente o talento excepcional de Betinho. Mesmo aos 7anos de idade, em 2013, ele treinava no mesmo nível que garotos mais velhos, demonstrando uma técnica apurada e habilidades impressionantes com ambos os pés. Sua força física e personalidade marcante também se destacavam. “Ele jogava de igual pra igual, se era aqui em Venceslau, em Prudente ou qualquer outro lugar e aí foi indo. Isso foi crescendo, o seu talento foi precisando de novos desafios”, pontua.

Após entrar na R23 com 5 anos de idade, em 2011, Beto conta que pegou gosto pelo futebol. Ele relembra que com 9 anos, em 2015, fez um teste do Santos em Presidente Prudente e foi aprovado para fazer uma avaliação na base dos Meninos da Vila. Beto foi para o litoral paulista fazer o teste, mas acabou sendo reprovado pelos avaliadores do Peixe.  “Não passei. Foi aí que começou mesmo. Com 10 anos eu joguei no Sub-11 do Grêmio Prudente. Joguei um ano lá”, rememora o jovem. 


Betinho passou pelo Grêmio Prudente em 2016

Do Grêmio Prudente ao Marília

“Ele jogou um Campeonato Paulista pelo Grêmio Prudente Sub-11, mas sempre treinando aqui em Venceslau. Ele ia para Prudente no final de semana pra jogar pelo Grêmio”, conta Renan sobre a passagem de Betinho pela base do Grêmio Prudente em 2016.  

Com 12 anos, Beto foi fazer uma avaliação do São Paulo FC em Marília. No primeiro toque do garoto na bola, o observador do São Paulo já o quis levar para Cotia, indica Renan. “Nisso despertou também um interesse dos professores do MAC, que convidaram ele, com 12 anos, pra jogar no Sub-13 do Marília. E aí começou todo então a carreira dele né?”, expõe o treinador da R23, em Venceslau.


Com a camisa do Marília, garoto foi vice-campeão do Campeonato Paulista Sub-13 de 2019

Beto foi para o MAC e ficou três anos por lá. No seu último ano com a camisa do Marília, o garoto fez gol contra o Santos na semifinal do Paulista Sub-13 de 2019. “Fomos pra final. Pegamos a equipe do São Paulo na final do Paulista: não ganhamos. Perdemos o primeiro jogo de 3 a 2. Eu fiz um gol na primeira partida da final e no jogo de volta perdemos de um a zero”, relata o jovem. 

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