Consciência social e o desenvolvimento

OPINIÃO - Renato Michelis

Data 28/03/2023
Horário 04:30

Quando pensamos em desenvolvimento econômico, muitas vezes focamos apenas no PIB (Produto Interno Bruto), renda média, empregabilidade, moradia ou outros fatores estruturais de nossa cidade ou região, e acabamos nos esquecendo de fatores que representam a evolução de uma sociedade, tanto quanto o poder econômico, propriamente dito.
Hoje, vamos falar sobre a consciência social que cada pessoa deveria possuir para que os níveis de cidadania e desenvolvimento fossem ainda melhores. Para isso, não podemos deixar de lado um sentimento imprescindível chamado empatia.
Um cidadão consciente e empático não descarta lixo em lugares indevidos; não deixa água acumulada em seu quintal, nem seus terrenos particulares cobertos de mato; cumpre as leis de trânsito; segue à risca o calendário vacinal de seus filhos; e respeita o patrimônio público, zelando e cuidando como se fosse seu.
Quando andamos pela cidade, percebemos o quanto ainda falta de consciência em alguns. E verdade seja dita, por mais que o poder público se esforce na coleta, ainda assim vemos áreas que no dia seguinte já estão abarrotadas de lixo e entulhos. Onde está o bom senso?
Atualmente, devido ao grande volume de chuvas, nos deparamos com uma epidemia de dengue. Muitos reclamam da falta do chamado “fumacê”, método de combate ao mosquito com o uso de inseticidas. Mas segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, 85% dos focos do Aedes aegypti estão em nossos próprios lares. E por mais que se façam campanhas de conscientização, ainda assim, a população resiste em cuidar melhor dos acúmulos de água em seu quintal. Onde está nossa fundamental participação neste combate à doença?
Antigamente era fácil encontrarmos pessoas carregando as sequelas da poliomielite, doença que foi erradicada com o advento da vacinação. Quem não se lembra do famoso Zé Gotinha? Ícone que incentivava a vacinação com as benditas gotinhas orais, descobertas por Dr. Albert Sabin, no finalzinho da década de 50. Não nos esqueçamos do sarampo, meningite, varíola, febre amarela, entre outras doenças, que há décadas são combatidas com a eficácia das campanhas de vacinação. 
Pois bem, acompanhamos hoje em dia uma baixa adesão a estas tradicionais vacinas, podendo resultar muito em breve no retorno de doenças no Brasil, como a pólio. Onde estão as famílias conscientizadas que cuidam das gerações vindouras?
O índice de desenvolvimento humano - IDH - é efetuado a partir de três aspectos principais da  população: renda, educação e saúde. A UEPP tem o papel de cobrança e articulação neste aspecto; contudo, devemos entender que a mera produção de riquezas, empregos e vagas em leitos hospitalares não bastam para a melhoria da qualidade de vida, cabendo à população o papel fundamental dentro do exercício pleno da cidadania. 
Não é só reivindicar seus direitos, mas cumprir com simples deveres e responsabilidades, educação e gentileza, sendo também “zeladores” dos espaços e da “coisa pública”; sem isso, dificilmente alcançaremos níveis de qualidade de vida de países chamados desenvolvidos.
 

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