Contexto de orquestras de SP está em bate-papo, no FLITPP

Um dos autores da obra “Big Bands Paulistas” lançado em dezembro de 2017, José Ildefonso Martins irá trazer para o público um pouco da importância desses músicos nas décadas de 40 e 70

VARIEDADES - SANDRA PRATA

Data 26/08/2018
Horário 04:10
Cedida - Banda Maestro Júlio de Castro, de Tupã, é considerada tradicional por José Ildefonso
Cedida - Banda Maestro Júlio de Castro, de Tupã, é considerada tradicional por José Ildefonso

Quem está inserido no cenário cultural de Presidente Prudente tem ouvido falar muito nos últimos dias sobre o Flitpp (Festival Literário de Presidente Prudente) e vai continuar até o dia 2 de setembro. O antigo Salão do Livro está agora em todos os espaços do Centro Cultural Matarazzo. Evento instigue não apenas a literatura, mas também a arte dos livros em geral. Dentre as várias atrações tem os famosos bate-papos com escritores renomados em locais para auxiliar a troca de experiências literárias. Um dos convidados da vez a subir ao palco do Teatro Paulo Roberto Lisboa, às 19h, deste domingo é o professor e advogado José Ildefonso Martins. Nascido em Bragança Paulista (SP) e prudentino de passagem, o convidado inicia no ramo da escrita como um dos dois autores do livro “Big Bands Paulistas: histórias de orquestras de baile do interior de São Paulo” lançado em dezembro de 2017.

A obra de 231 páginas reúne em 16 capítulos a história de 13 orquestras de nove cidades do interior do Estado de São Paulo. De acordo com José – que sempre que pode desembarca em terras prudentinas – a ideia é mostrar o significado que esses músicos tinham para a cultura local nas décadas de 1940 e 1970 que são consideradas de outro para esse estilo musical. “A pesquisa demorou cerca de dois anos e meio, focamos no interior mesmo, entrevistamos cerca de 60 pessoas desde músicos a pessoas relacionadas”, explica.

Orquestrando a obra

Segundo José Ildefonso, desde jovem ia aos bailes ficava fascinado pelas orquestras que nas festas tocava. De acordo com ele, desde então nunca deixou de pesquisar e admirar os músicos. “O livro é resultado de muitas coisas que já tínhamos e que viemos coletando há muito tempo. Inicialmente, seria uma exposição, mas em contato com o Sesc (Serviço Social do Comércio) aprimoramos para um livro”, expõe.

Apesar disso, a principal motivação para escrever as páginas não foi sua admiração pessoal pelas orquestras. Segundo ele, a base da obra é a relevância social, a possibilidade de proporcionar para a população uma viagem no tempo e nas lembranças.

“É uma época que houve muita difusão de orquestras no interior, na maioria dos eventos tinha uma orquestra e, com o passar dos anos, isso tem morrido, hoje você praticamente não vê orquestras. Não podemos deixar que essa época seja esquecida, por isso me motivei a documentar, reativar essa memória ao lado do José Pedro Soares Martins”, explana o escritor. 

Sobre sua visita ao Flitpp, o escritor adianta que está ansioso e que se alegrou ao receber o convite. Conforme ele, a chance de falar um pouco sobre algo que gosta como orquestras, é muito boa. “Acho interessante a ideia do festival em si, com certeza fará com que a cidade se movimente mais acerca da cultura local. Espero encontrar pessoas que viveram nessa época de ouro das orquestras e também espero ver jovens interessados pelo assunto”, anseia.

História viva

Após José Ildefonso compartilhar um pouco de sua obra com os prudentinos, no mesmo dia, às 20h a Banda Municipal Maestro Júlio de Castro de Tupã (SP) sobre ao palco. Apesar de não estar inserida em sua obra, o autor revela que alguns dos músicos da banda foram entrevistados em seu livro e que poder dividir espaço com um trabalho tão tradicional como o deles é gratificante. “Eles fazem um trabalho interessante de preservação cultural, Tupã já teve orquestras muito conhecidas na região”, rememora.

Segundo o coordenador do Flitpp, Murilo Tomiazi Misael, a vinda de José Ildefonso quer fazer essa conexão do público com a música. “Temos um bom público ligado a questões musicais, a visita dele está repercutindo bem, a ideia é chamar a atenção do público em geral, mas principalmente dos amantes do meio”, frisa.

PROGRAMAÇÃO

Teatro Paulo Roberto Lisboa

19h

Bate-papo com o autor José Ildefonso Martins

20h

Show com Banda Municipal Maestro Júlio de Castro

 

“Espero encontrar pessoas que viveram nessa época de ouro das orquestras e também espero ver jovens interessados pelo assunto”

José Ildefonso Martins

convidado do Flitpp

Cedida - “Big Bands Paulistas”

Serviço

O Flitpp é aberto ao público e ocorre até dia 2 de setembro no Centro Cultural Matarazzo localizado na Rua Quintino Bocaiúva, 749, Vila Marcondes em Presidente Prudente (SP).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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