Coronavac e Pfizer continuam recomendadas para gestantes 

Médico infectologista reforça que grávidas e puérperas com comorbidades devem e precisam ser imunizadas contra a Covid-19, a fim de impedir que a doença seja propagada

Saúde & Bem Estar - WEVERSON NASCIMENTO

Data 16/05/2021
Horário 09:55
Foto: Getty Images
Estado anunciou a retomada da vacinação ao público específico para esta segunda-feira
Estado anunciou a retomada da vacinação ao público específico para esta segunda-feira

Recentemente, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publicou uma nota técnica que recomenda a suspensão imediata do uso da vacina Covid-19 da Oxford/AstraZeneca, produzida pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), em gestantes. A medida veio após uma suspeita de evento adverso grave de acidente vascular cerebral hemorrágico ocorrido e que resultou em óbito fetal e da gestante. O médico infectologista de Presidente Prudente, André Luiz Pirajá da Silva, reforça que gestantes que têm fatores de risco (comorbidades) devem e precisam ser imunizadas contra a Covid-19, seja com a Coronavac ou a Pfizer, a fim de impedir que a doença seja propagada. 
Na quarta-feira, inclusive, o governo do Estado de São Paulo anunciou a retomada da vacinação das grávidas e puérperas (mulheres que deram à luz nos últimos 45 dias) com comorbidades a partir de amanhã. A data de retomada foi definida graças ao remanejamento da vacinação e entrega de mais doses da vacina Coronavac – produzida pelo Instituto Butantan – ao Ministério da Saúde e à chegada de mais imunizantes da Pfizer a São Paulo.
O médico infectologista explica que a vacina da Oxford/AstraZeneca/Fiocruz foi suspensa por causa da “manifestação” na bula, onde diz que não é recomendado o uso para gestantes, a menos que o risco-benefício seja maior, sendo necessário, inclusive, de uma avaliação médica. “Por isso que a Anvisa recomendou a suspensão dessa droga”, detalha. 
No entanto, reforça que as gestantes que têm fatores de risco (comorbidades) devem e precisam ser imunizadas contra a Covid-19, seja com a Coronavac ou a Pfizer. “Esse público, em específico, tem uma maior propensão de ter a forma pulmonar da doença”, acrescenta. “Tanto a Coronavac, quanto a Pfizer são extremante seguras, inclusive, a AstraZeneca. As gravidas devem procurar pelas unidades de saúde para garantirem as doses dos imunizantes, segundo a orientação da Anvisa. O médico da gestante, vendo que o benefício é maior que o risco, também poderá indicar a AstraZeneca, conforme descreve a bula do imunizante”.  
O governo do Estado detalha que para receberem a dose da Coronavac ou Pfizer, as grávidas, em qualquer período gestacional, deverão apresentar comprovante de acompanhamento e/ou pré-natal ou laudo médico. As puérperas, por sua vez, podem utilizar a declaração de nascimento da criança. Para ambos os casos, é necessário comprovar a comorbidade apresentando documentos de saúde como exames, receitas, relatório ou prescrição médica, bem como cadastros pré-existentes nas UBS (Unidades Básicas de Saúde).

Suspensão de imunizante

Na segunda-feira, a Anvisa publicou uma nota técnica a qual recomenda a suspensão imediata do uso da vacina Covid-19 da Oxford/AstraZeneca/Fiocruz, em gestantes. Esta recomendação é resultado do monitoramento de eventos adversos feito de forma constante sobre as vacinas contra Covid-19 em uso no país, e também com base no princípio da precaução. A medida veio após uma suspeita de evento adverso grave de acidente vascular cerebral hemorrágico ocorrido e que resultou em óbito fetal e de gestante. 
Em nota, a Fiocruz detalhou que ainda não há confirmação da relação deste caso com a vacina, que segue em investigação pelas autoridades sanitárias e conta com o apoio da fundação, responsável pelo acompanhamento de farmacovigilância das vacinas produzidas pela instituição.
A fundação reforça que a vacinação em gestantes tem sido recomendada em diversos países, em condições diferenciadas. Trata-se, portanto, de uma questão complexa, em razão da não inclusão deste grupo da população em estudos clínicos de fase 3 de todas as vacinas de Covid-19. A Fiocruz entende que a suspensão temporária da imunização de gestantes e puérperas com a vacina AstaZeneca/Covid-19 Fiocruz pelo PNI (Programa Nacional de Imunizações) é uma medida preventiva, de cautela, até que a investigação do caso seja concluída e que possa haver uma avaliação do contexto epidemiológico e dos dados disponíveis.  
Em nota, a AstraZeneca esclareceu que as mulheres que estavam grávidas ou amamentando foram excluídas dos estudos clínicos. Esta é uma precaução usual em ensaios clínicos. Os estudos em animais não indicam efeitos prejudiciais diretos ou indiretos no que diz respeito à gravidez ou ao desenvolvimento fetal.
Em coletiva de imprensa, a coordenadora do PNI do Ministério da Saúde, Franciele Francinato, reforçou que as gestantes que ainda não receberam nenhuma dose de imunizante contra a Covid-19, podem se vacinar com a Pfizer ou a Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan. 
O Ministério da Saúde detalha que ainda não tem uma orientação para as grávidas e puérperas que já tomaram a primeira dose da AstraZeneca. Essa orientação deverá ser apresentada em mais alguns dias. “Os demais públicos seguem contando com o imunizante, que é seguro e eficaz”.
 

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