A coronel Adriana Beluzzo é a nova comandante do CPI-8 (Comando de Policiamento do Interior - Oito), com sede em Presidente Prudente Em entrevista ao jornal, ela compartilha sua trajetória de mais de 30 anos na Polícia Militar, fala sobre os desafios de assumir a liderança de uma das maiores regiões operacionais do Estado e reforça seu compromisso com a comunidade e os policiais da região. Confira:
Como foi a receptividade e o que representa assumir o comando do CPI-8?
Estou muito feliz. Fui designada há cerca de duas semanas para assumir o CPI-8, que abrange 67 municípios da região oeste paulista. É uma honra. Sempre atuei ao lado, no CPI-10, comandei a região de Araçatuba nos últimos dois anos e agora venho somar aqui, crescer e fazer o meu melhor.
Qual o significado de ser a primeira mulher a ocupar esse cargo?
É um grande orgulho. Fui a primeira mulher a comandar o batalhão e depois a região de Araçatuba, e agora amplio esse marco ao assumir o CPI-8. São desafios ainda maiores, mas meus 32 anos de Polícia Militar me prepararam para essa missão. Estou pronta para trabalhar com a equipe e servir a população.
“SÃO DESAFIOS AINDA MAIORES,
MAS MEUS 32 ANOS DE POLÍCIA ME
PREPARARAM PARA ESSA MISSÃO”
Como foi a transição de comando com o coronel Marcos Rogério Lemes?
O coronel Marcos Rogério é meu amigo de longa data, somos da mesma turma, entramos juntos na Academia do Barro Branco. Trabalhamos juntos a carreira toda em Araçatuba. Agora trocamos de lugar — ele vai para o CPI-10 e eu venho para Prudente. Ele deixa um legado importante aqui que pretendo dar continuidade e, se possível, aprimorar com a ajuda da população.
Como sua experiência moldou sua visão de comando e abordagem da segurança pública?
A PM é única em todo o Estado, embora haja particularidades entre capital e interior. Atuei muito tempo em Araçatuba, o que me deu uma visão clara sobre os principais desafios do interior, que muitas vezes estão ligados ao tráfico de drogas e às consequências disso. Aqui na região, o combate ao crime organizado é prioritário, assim como era em Araçatuba, onde enfrentamos o caso conhecido como “Novo Cangaço”, em 2021. O papel do Baep [Batalhão de Operações Especiais] foi fundamental, e felizmente temos o 8º Baep atuando com eficiência aqui também.
Como o histórico familiar influenciou sua escolha pela carreira militar?
Fui criada dentro do quartel. Meu pai é oficial da reserva e sempre admirei sua profissão. Embora inicialmente estivesse voltada à medicina, optei pela PM ao conhecer mais sobre o Barro Branco. Eu e meu marido, que também é oficial da PM (hoje na reserva), ingressamos juntos em 1993. Desde então, trilhei uma carreira sólida e feliz. Adoro essa farda.
“FUI CRIADA DENTRO DO QUARTEL.
MEU PAI É OFICIAL DA RESERVA E
SEMPRE ADMIREI SUA PROFISSÃO”
Quais são os planos para o CPI-8 sob sua liderança?
Pretendo manter o bom trabalho já em andamento e ampliar iniciativas que valorizem o policial militar. Acredito que investir no bem-estar da tropa se reflete diretamente na qualidade do serviço à população. Também quero reforçar a integração com a comunidade e com outras instituições. Já participamos da inauguração do Copom Multiagências, que é um avanço nesse sentido. E valorizo muito o esporte e ações sociais que aproximem ainda mais a polícia das pessoas.
Que mensagem a senhora deixa para a população de Presidente Prudente e região?
Estou chegando agora, mas com o coração aberto e pronta para dar o meu melhor. Podem contar com a coronel Adriana — durante a semana estarei aqui, nos finais de semana também, sempre disponível. Quero que Prudente e região continuem sendo referência em segurança no Estado. Já me sinto acolhida por essa cidade e espero fazer um comando produtivo, com diálogo aberto com autoridades, população e policiais.
“QUERO QUE PRUDENTE E REGIÃO
CONTINUEM SENDO REFERÊNCIA
EM SEGURANÇA NO ESTADO”
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