Corrigindo provérbios

Sandro Villar

O Espadachim, um cronista que avisa: paraíso fiscal pode virar inferno fiscal

CRÔNICA - Sandro Villar

Data 05/10/2021
Horário 05:30

Vocês me desculpem, mas já passou da hora de corrigir provérbios, enfim, os ditos populares ditos pelo Dito, pela Dita e por tanta gente mundo afora. Que tal? Vamos nessa? E o primeiro provérbio a ser alterado é um alerta à mulherada que cai na lábia dos sedutores.
É dando que se engravida. Sei que contraria São Francisco e, por isso, peço perdão ao santo protetor dos animais e da natureza. Também nesta linha de raciocínio quem dá aos pobres cria o filho sozinha. Coitada! Está lascada!  
E alegria de pobre? Dizem que dura pouco. Conversa fiada. O correto é alegria de pobre é impossível. E quem com ferro fere? Corrija imediatamente, substituindo a expressão com ferro será ferido para não sabe como dói.
Já quem tem boca vai a Roma está completamente equivocado. Quem tem boca fala e, se tem grana, visita Roma. E esse papo do gato escaldado que tem medo de água fria?  Ora, gato escaldado morre. 
E tem aquele quando um não quer dois não brigam. O certo é quando um não quer o outro insiste. Deus ajuda quem cedo madruga. Acho bom não meter o Altíssimo nisso, pois o correto é que quem cedo madruga fica com sono o dia inteiro. 
E devagar se vai ao longe? Talvez seja o caso de corrigir este provérbio para devagar é que demora para chegar. E em terra de cego quem tem um olho é rei? Mentira deslavada. É caolho. 
Há males que vêm para bem, costuma se dizer. Talvez seja outra deslavada fake news. Há males que vêm para acabar de ferrar tudo. Aliás, é mais do que ferrar. Se Maomé não vai à montanha é porque ele foi para a praia. 
E o pau que nasce torto? Sei não, mas o pau que nasce torto mija fora do vaso. E os últimos? Sei não, mas os últimos serão desclassificados. É a correção que se aplica no caso em questão. E aquela história do sujeito que ri por último? Ora, quem ri por último é retardado.

DROPS

A seca está tão braba que falta água até para os pingos nos is.

Os preços estão tão salgados que há risco de escassez de sal no mercado.

A conta de luz está mais alta do que poste de iluminação pública.

A vida tem altos e baixos a começar pelo basquete e o turfe.
 

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