Cuidado com o ciclo destrutivo do capital ao invés de virtuoso

Alexandre Bertoncello, economista prudentino, esclarece como os beneficiários do INSS devem organizar o uso do pagamento antecipado do 13º salário

Geral - OSLAINE SILVA

Data 19/03/2024
Horário 08:40
Foto: ce
Alexandre Bertoncello, economista prudentino, dá dicas e orientações de bom uso do benefício
Alexandre Bertoncello, economista prudentino, dá dicas e orientações de bom uso do benefício

Como os aposentados, pensionistas e beneficiários de auxílios previdenciários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) devem organizar o recurso do pagamento antecipado uso do 13º salário? Alexandre Bertoncello, economista prudentino, esclarece essa indagação. Conforme ele, historicamente, o 13º vem ao final do ano justamente para ajudar nas compras ou nas atividades natalinas, compras de presente, festa em família e etc. E para aqueles que estão já habituados a pagamento de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), no começo de janeiro. “Para um beneficiário que receba agora e que não tem essa organização, o que pode acontecer é um ciclo destrutivo do capital ao invés de virtuoso. Vamos imaginar que ele gaste hoje com alguma outra coisa. Quando chegar em dezembro, ele não vai ter para fazer aqueles gastos habituais”, explica o economista. 

Alexandre destaca que normalmente ele vai pegar um empréstimo, ficar seis, sete meses pagando os juros deste para na próxima antecipação quitar. Então o capital, o dinheiro dele pode ir diminuindo ano a ano e aumentando o endividamento do beneficiário. E, infelizmente, a julgar pela quantidade de pessoas que têm consignado, talvez isso é uma prática mais comum do que aquela de ficar guardando dinheiro para o futuro. Nesse sentido, até por ser bastante tradicional essa antecipação, a gente vem sofrendo, ou os aposentados vêm sofrendo com a perda de capital e o aumento das dívidas.

O especialista aconselha que primeiro, a pessoa deve aproveitar esse dinheiro que vem antecipadamente, escolher investimentos de médio prazo, ou seja, não aqueles com liquidez que precisam ter 30 dias, mas pode ter mais, para que o restante, o valor do capital, possa ser utilizado em novembro e dezembro. 

“Assim ele mantém a mesma estratégia de conseguir fazer as suas compras e ajudar nas festas de final de ano, e não vai se endividar. Seria pegar um CDB pré-fixado, ou determinar investimentos, até mesmo em ações, desde que ele entenda do mercado financeiro, pode ajudá-lo a no final do ano ter mais dinheiro do que agora”, pontua.

Vovôs tecnológicos

Algo interessante que Alexandre ressalta é que vale lembrar que não existe mais aposentado, só aquele “vovô tradicional”. Ele diz, inclusive, conhecer alguns que já estão aplicando não apenas em ações, mas no mercado de criptomoeda. Então, eles estão deslumbrando o raffing que acontece em abril e que muito provavelmente vai ter um ganho de 15, 20% até o final do ano. 

“Ou seja, alguns pensionistas, vovôs e vovós, já estão pensando em criptoativos, que possam ter um ganho ainda maior. Mas vale aqui um recado para aqueles que vão pensar em criptoativos ou qualquer tipo de investimento. Nunca invista naquilo que você não conhece”, alerta. 

Ele orienta que antes, estude primeiro esse fato e como é que funciona. E segundo e o mais importante, mesmo que não entenda nada de investimento, faça aquilo que os mais antigos sempre falaram: “Nunca gaste mais do que ganhe. Então, façam compras quando necessários, entenda que esse dinheiro faz parte do seu 13º e não é um aumento”, acentua Alexandre.

Publicidade

Veja também