Cuidar do coração do pet é necessário 

Assim como os humanos, os amigos de quatro patas também podem nascer com ou desenvolver ao longo da vida problemas cardíacos; quanto mais cedo forem descobertos, melhor o prognóstico

PRUDENTE - MARCO VINICIUS ROPELLI

Data 27/09/2020
Horário 04:00
Weverson Nascimento - Exames de imagens fazem parte do check-up necessário aos animais de estimação 
Weverson Nascimento - Exames de imagens fazem parte do check-up necessário aos animais de estimação 

A cor do sangue é transformada em símbolo da prevenção de doenças cardiovasculares no Setembro Vermelho. Destinado às pessoas, o alerta anual para as doenças do coração não exclui os animais de estimação, visto que, conforme explica o médico veterinário do Centro de Diagnóstico Veterinário AccoreYudney Motta, 41 anos, as doenças cardiológicas que atingem os pets são muito semelhantes às dos humanos, e, portanto, também são muito parecidos os fármacos e demais tratamentos. 
Veja, por exemplo, que as doenças mais recorrentes nos animais domésticos também são registradas com frequência em humanos: nos cães, as valvulopatias, ou seja, degenerações na válvula mitral e bicúspide, e a cardiopatia dilatada; nos felinos, além das valvulopatias, a maior frequência é da cardiomiopatia hipertrófica. 
Além das incidências relacionadas às espécies, algumas doenças cardiológicas estão relacionadas às raças dos animais. No caso dos cães, aqueles que são denominados toys, animais pequenos, são os mais suscetíveis a problemas cardíacos, entre os quais destacam-se o lhasa, maltês, shih tzu e, especialmente, o poodle. Na verdade, o que mais apresenta estas, conforme Yudney, é o cavalier king charles, mas a raça não é uma criação comum no Brasil, da forma que é na Europa e Estados Unidos. 
Alguns cachorros maiores, como os boxer e dobermann, são raças em que as cardiopatias arritmogênicas, arritmias, são mais comuns. Neste caso, o veterinário lembra que tais raças devem ter acompanhamento, pois, muitas vezes, o primeiro sinal clínico da doença pode ser a morte súbita do animal. 

Quanto mais cedo doenças cardíacas são descobertas em pets, melhor é o prognóstico dos pacientes de quatro patas e maior será a sobrevida

Sinais e sintomas

Yudney destaca dois tipos de doenças cardíacas em pets, as congênitas, que se apresentam desde o nascimento, e as adquiridas durante a vida do animal. Ambas costumam ser hereditárias. 
Sobre aquelas que se manifestam já nos filhotes, Yudney ressalta que devem ser identificadas pelos profissionais veterinários já nas primeiras consultas, nas quais pode, por exemplo, ser auscultado um sopro cardíaco. “O proprietário pode identificar, também, o animal cansado, que não está crescendo, que não ganha peso, ou que apresenta síncopes, desmaios”, explica. 
As doenças adquiridas, de acordo com o veterinário, já estão mais relacionadas com o avanço da idade, o que justifica ser indicado que os animais de estimação, a partir dos seis ou sete anos de idade, comecem a realizar exames cardíacos periódicos de sangue e imagem (eletrocardiograma e ecocardiograma).
Nestes casos, também é possível que os donos notem alterações físicas ou comportamentais nos pets. “Quando os problemas atingem o lado esquerdo do coração nota-se cansaço, relutância ao exercício, tosse, perda de peso, língua roxa... Quando é no lado direito, é comum ascite [barriga d’água], edema de membros, síncope, os desmaios...”, destaca. 
Ele enfatiza que os check-ups são importantes para os animais pois, quanto mais cedo doenças cardíacas são descobertas em pets, melhor é o prognóstico dos pacientes de quatro patas e maior será a sobrevida. 

Fotos: Weverson Nascimento

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