Cultivo em áreas públicas é formalizado em Prudente

Moradores poderão solicitar, por meio de ofício, autorização para transformar terrenos abandonados em locais de plantio de hortaliças e frutíferas

PRUDENTE - IZABELLY FERNANDES

Data 28/09/2018
Horário 07:14
José Reis - Cultivo em áreas públicas não urbanizadas promove transformação local
José Reis - Cultivo em áreas públicas não urbanizadas promove transformação local

Como forma de resolução dos problemas de terrenos com acúmulo de lixo e entulho na cidade, alguns moradores de Presidente Prudente tiveram a iniciativa de transformá-los em área de cultivo de verduras, legumes e frutas. Com isso, na manhã de ontem, o prefeito Nelson Roberto Bugalho (PTB) assinou um decreto viabilizando e oficializando o programa Semeando Prudente. O projeto, que é uma parceria entre a Semea (Secretaria Municipal de Meio Ambiente) e a Seplan (Secretaria Municipal de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Habitação), irá autorizar que a população utilize áreas públicas, não urbanizadas, para o plantio de hortaliças e frutíferas.

O técnico agropecuário, Ademar dos Santos, 55 anos, foi o primeiro a ter a iniciativa do plantio, em um terreno em frente a sua casa, localizada no bairro São Lucas. “Quando vim morar aqui, notei que havia muitos colchões jogados, entulhos e lixo. Cheguei até a encontrar insetos e animais peçonhentos”. Depois disso, Ademar percebeu a necessidade de transformar o local em um ambiente mais agradável. Atualmente, ele cultiva no local: feijão, quiabo, batata-doce, tomate-cereja, mamão, castanha-do-pará, melancia, repolho, romã, goiaba, laranja, entre outros tipos de alimentos.

O morador acredita que é muito importante dar um melhor destino a essas áreas ociosas, pois além de se tornar um lugar prazeroso pode ajudar muitas pessoas em situação de vulnerabilidade. “Um dia encontrei um homem que me perguntou quem plantava estes alimentos. Quando disse que era eu, ele me agradeceu e falou que aquela horta havia ajudado ele alimentar muitas vezes a família, pois passa por dificuldades financeiras”, declara.

Para o titular da Semea, Wilson Portella Rodrigues, o projeto já está implantado e as pessoas interessadas devem solicitar um ofício junto à pasta, que passará por uma comissão para verificar as condições do local pretendido e as características do projeto de plantio. Setores como associações, entidades e escolas, também poderão solicitar a utilização dos terrenos para projetos. “Na cidade já há vários locais como este, propensos a se tornar depósitos de resíduos, que podem se transformar em lugares bonitos”, pontua. Aproximadamente 25 áreas públicas estão disponibilizadas em Prudente. O secretário fala que as solicitações já estão chegando de regiões da cidade como o Conjunto Habitacional João Domingos Netto e  o Jardim Morada do Sol.

O prefeito Nelson Bugalho diz que a ideia surgiu quando observou um grande espaço público sendo cultivado por moradores, e pensou que deveria adotar esse padrão para outras regiões da cidade. “A formalização desta iniciativa vai possibilitar uma integração entre a comunidade e diversos setores do município, favorecendo uma conscientização ambiental e um ótimo recurso para problemas com acúmulo de lixo e entulhos”, explica.

Educação ambiental

Alunos e gestores da Escola Municipal Rosy Odetty Roriz Brandão estiveram presentes no momento da assinatura do projeto, para conhecer os detalhes do programa que está sendo implantado na cidade. A professora articuladora, Natalie Aparecida Sturaro Silva, 40 anos, diz que um exemplo como este contribui para o desenvolvimento e a viabilização de educação ambiental para os alunos.

A escola já conta com um projeto de horta orgânica há mais de um ano, que é coordenado pelo engenheiro ambiental, Marcelo Lopes, 31 anos. Ele diz que são trabalhadas várias frentes de atuação como, redução de resíduos, através da compostagem; e soberania alimentar, com o resgate de plantas que não são tão conhecidas pelas crianças. “Eu quis trazer para os alunos um pouco das vivências que tive no ambiente acadêmico e no meu cotidiano, para possibilitar práticas de educação ambiental”, fala. Além disso, é trabalhada a sensibilização ambiental, com vários ninhos de passarinho pela escola, como também a formação de um viveiro de plantas nativas.

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