De janeiro a março, número de eleitores de 16 e 17 anos cresce 50,8%, em Prudente

Chefe de Cartório da 101ª Zona Eleitoral de Prudente, Fabiano Segala, relata que procura para obtenção do título de eleitor estava baixa, porém, houve alta nas últimas semanas

PRUDENTE - CAIO GERVAZONI

Data 12/04/2022
Horário 04:00
Foto: Marcelo Camargo/ABr
Prazo final para tirar o título a tempo de votar neste ano é o dia 4 de maio
Prazo final para tirar o título a tempo de votar neste ano é o dia 4 de maio

Segundo levantamento feito pela reportagem, por meio da ferramenta de estatísticas do eleitorado no site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o número de eleitores de 16 e 17 anos, em Presidente Prudente, cresceu 50,86% entre janeiro e março de 2022. 
Conforme indicam os dados do TSE, no primeiro mês do ano, 466 adolescentes que compõem esta faixa etária estavam aptos para exercer o direito de voto. Em fevereiro, o número de jovens eleitores foi a 526, aumento de 12,88% em relação ao mês anterior. Já em março, este número chegou a 703 eleitores, alta mais significativa do ano, com 33,65%. 
Apesar do crescimento do número total de eleitores de 16 e 17 anos nos meses iniciais de 2022, há 4 anos, em março de 2018 - ano das últimas eleições para presidente, governador, senador e deputados federais e estaduais - o total de pessoas aptas a votar nesta faixa etária era de 960. Ou seja, 36% maior em relação ao ano atual. 
O chefe de Cartório da 101ª Zona Eleitoral de Presidente Prudente, Fabiano Segala, avalia que o número de jovens entre 15 e 18 anos que tem procurado pela obtenção do título vem caindo em relação aos pleitos eleitorais anteriores e, em 2022, a quantidade estava em patamares alarmantes. No entanto, de acordo com ele, houve alta nas últimas semanas, muito por conta dos esforços do próprio órgão e de entidades da sociedade civil na divulgação, por meio das mídias sociais e de veículos de comunicação, de campanhas de conscientização quanto à importância de exercer o direito democrático do voto. “Depois de esforços do TSE, com auxílio de diversos órgãos e indivíduos da sociedade, esse número vem crescendo. Nos últimos 15 dias, o aumento na procura pelo título nesta faixa etária cresceu bem”, relata. 
Fabiano pontua que o voto é o direito civil mais importante da sociedade brasileira, conquistado a duras penas, e de fundamental importância, porque permite ao indivíduo escolher seus representantes na política em níveis estadual e nacional, como no caso das eleições deste ano. “Se o jovem não se interessar por isso não terá representantes. Estar alienado quanto ao exercício do direito de votar traz prejuízos individuais e coletivos”. 

Foto: Arquivo

Fabiano: “Estar alienado quanto ao exercício do direito de votar traz prejuízos individuais e coletivos”

Obtenção do título

De acordo com o TSE, o jovem tem duas opções para obter o título de eleitor. Pode procurar diretamente o cartório eleitoral que atende seu bairro, neste caso, o atendimento é das 12h às 17hs, de segunda a sexta-feira. Deve levar consigo documento original com foto, já que a CNH, no caso dos maiores de 18 anos, não serve para o primeiro título, e comprovante de endereço. 
A segunda opção, muito mais prática, é fazer um requerimento no site do TSE, através do formulário TÍTULONET. Feito o preenchimento e anexados os documentos obrigatórios, basta aguardar resposta no email pessoal que colocou no pedido. Nos dois casos, o prazo final para tirar o título a tempo de votar neste ano é o dia 4 de maio. Depois disso, não será possível mais obter o documento e, consequentemente, não se poderá votar.

Consciência política

O sociólogo Heitor Ribeiro compreende que a consciência política vai além da idade. “Existem muitos adultos que preferem dar às costas para a política e para o sistema eleitoral”, pontua. De acordo Heitor, mesmo com o aumento da abstenção dos mais jovens desde as eleições municipais de 2016, é em momentos de instabilidade e crise, como o atual, que a voz da juventude cresce. “As ‘Diretas Já!’ em 1984 e os Caras Pintadas em 1992 são exemplos disso. Esse ano, em meio à inflação do país, a juventude está se mobilizando para exercer seu direito ao voto e atender seus anseios. Por isso, vemos esse crescimento no número de eleitores dessa faixa etária. As redes sociais também impulsionaram esses jovens”, avalia o sociólogo. 
Conforme indica Heitor, a título de exercer o direito de voto de forma consciente, os mais jovens podem se preparar buscando conhecer a vida pública pregressa do candidato e sua experiência na política.

Foto: Arquivo

Heitor: “É em momentos de instabilidade e crise que a voz da juventude cresce”

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