Desenhos evidenciam detalhes e traços humanos

Exposição “Art Realismo" conta com 16 retratos, todos feitos a mão a partir do grafite, por Claudemir Bura, de Lucélia

VARIEDADES - Oslaine Silva

Data 28/08/2013
Horário 09:28
 

Técnicas de um realismo impressionante que nascem a partir da utilização de lápis de várias graduações (2h, hb, b, 2b, 4b, 6b e 8b), lapiseiras, borrachas, papel (fabriano 4, crediarte, canson A3, entre outros), pincel, régua, estiletes, esfumin­ho e boleador. E para a ampliação - quadricu­lação (grid). Estes são os materiais que dão forma a 16 retratos (desenhados a mão), que evidenciam detalhes e traços minuciosos de pessoas famosas e também de anônimos, e compõem a exposição "Art Realismo", do desenhista Claudemir Bura, 27 anos, de Lucélia (SP). A mostra pode ser vista até o dia 8 de setembro, na Sala de Convivência, no Centro Cultural Matarazzo, de segunda a sábado das 8h30 às 22h e, aos domingos das 9h às 22h. A entrada é franca.

Jornal O Imparcial Claudemir Bura quer passar seus conhecimentos aos iniciantes

Segundo o artista, o objetivo principal da exposição é a divulgação de seu trabalho, afim de que o público tenha conhecimento do mesmo e possa não somente adquirir algumas das obras já concluídas, como também encomendar algo específico.

Entre os rostos conhecidos do mundo artístico ou que viraram notícias, expostos no Matarazzo, estão: o eterno Raul Seixas, as atrizes Isis Valverde e Thaila Ayala, a diva Beyoncé, além de anônimos retratados com perfeição no papel. Constam ainda em sua página no Facebook, Ayrton Senna, Mariana Rios, Michael Jackson, o pagodeiro Thiaguinho, Marilyn Monroe, entre outros tantos. "Visualizo cada detalhe para me aproximar ao máximo do real. São longas horas, em média dez, para a conclusão de cada desenho. Me sinto realizado com cada nova criação. Gosto e me dedico ao que faço", destaca.

Bura revela que tem o desejo de passar seus conhecimentos aos iniciantes. Ensinar as técnicas aos que gostam de desenhar. "Atualmente estou estudando e pesquisando tatuagens, pois quero abrir um estúdio assim que as condições financeiras melhorarem ", coloca.

 

Gosto pela arte

Bura conta que sempre gostou de desenhar e recorda que desde os seus 10 anos, recriava os desenhos animados que passavam na TV, como "Dragon Ball", "Pokémon", "Pica Pau" e "Cavaleiros do Zodíaco", entre outros.

Quando estava com 16 anos, Bura diz que conheceu um projeto na casa das irmãs da igreja, onde elas ensinavam artesanato com lã e confecção de tapetes. Certo dia ele levou seus desenhos a uma delas, que se encantou e disse que conhecia um rapaz que pintava lindos quadros e o levou até ele para ver se poderia lhe dar aulas. Porém, ele não tinha tempo pra ensinar. Logo depois, Bura encontrou um rapaz em Adamantina que dava curso de pintura e com a ajuda da irmã e de alguém que ele não sabe quem é, seu curso foi pago.

"Eu tinha apenas que pagar os materiais e a condução. Os materiais eu até consegui, mas para o transporte, às vezes só tinha o dinheiro de ida, a volta fazia a pé, o que depois de um tempo tornou-se cansativo e acabei desistindo", lembra.

No final de 2003, levou seus desenhos a uma estamparia onde conseguiu o primeiro emprego, e apesar do salário ser pouco, permaneceu ali para adquirir experiência. O que deu certo e em 2007 estava em uma vidraçaria fazendo desenhos para jato de areia em vidros. Mas estava se afastando cada vez mais dos lápis porque os desenhos eram feitos no computador. O que prosseguiu por mais três anos quando trabalhava em Adamantina somente com aplicações de adesivos.

 

Decisão

No final de 2010, o desenhista decidiu se dedicar com mais afinco aos velhos amigos de horas: os lápis, e começou a desenhar rostos. "No inicio, eu pegava fotos de amigos no Orkut e desenhava, sem cobrar nada, apenas para o meu aprendizado e aperfeiçoamento. No ano seguinte, com ajuda da internet, e também de amigos desenhistas, consegui melhorar 100 %, deixando meus desenhos bem realistas", recorda.

Com isso, no ano passado, Bura já tinha um acervo com muitos desenhos, só que segundo ele, o Orkut não era a melhor opção para divulgação de seu trabalho, então encontrou no Facebook a solução. "Lá meus amigos curtiam, comentavam e compartilhavam cada postagem minha e isso me motivou a seguir em frente. Por esta página de relacionamento consegui reconhecimento", destaca.

Hoje, ele ainda trabalha em Adamantina, mas, desenha durante a noite e também nos fins de semana, sempre em busca de praticar e aprender mais, descobrindo novas técnicas.

serviço

AOS INTERESSADOS

Quem desejar ter uma das obras do desenhista Claudemir Bura, pode contatá-lo pelo telefone (18) 3551-2198. Os valores variam de acordo com tamanho e a foto a ser trabalhada.

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