Do campo à mesa

OPINIÃO - Mauro Bragato

Data 01/12/2020
Horário 05:05

A agricultura familiar, além de um dos pilares da economia, também marca a alimentação brasileira, respeitando a biodiversidade e a sustentabilidade.
De acordo com o último Censo Agropecuário, apresentado em 2017, existem 77% dos estabelecimentos agrícolas do país classificados como da agricultura familiar. Em extensão, este setor ocupava no mesmo ano, 80,9 milhões de hectares, o que representa 23% da área total dos estabelecimentos agropecuários brasileiros.
Os pequenos produtores e agricultores familiares são responsáveis pela produção dos alimentos que chegam às mesas das famílias brasileiras. Têm um papel decisivo na cadeia produtiva que abastece o mercado brasileiro, responsável por 84% da produção agropecuária em todo país.
Com o propósito de fortalecer essa atividade agropecuária no âmbito do Estado de São Paulo, apresentei projeto de lei instituindo a “Política Estadual de Apoio à Agricultura Familiar”. A medida visa criar uma série de atividades para beneficiar o agronegócio e o pequeno produtor rural em todo o Estado e melhorar a produtividade no campo, agregando valor ao produto, gerando mais renda e emprego. 
Uma das principais iniciativas elencadas no projeto é criar novas políticas de incentivo financeiro estimulando e promovendo as atividades dos agricultores familiares. Precisamos evitar o êxodo rural, pois pequenos municípios, em geral, têm na agricultura sua principal fonte de receita. 
O PL prevê ainda a inclusão do debate sobre o agronegócio na educação básica paulista e o incentivo à capacitação profissional. É através do conhecimento que conseguiremos avançar nas pesquisas de campo, criando técnicas de manejo sustentáveis, preservando o meio ambiente.
Na agricultura familiar, a gestão da propriedade é compartilhada pela família e a atividade produtiva agropecuária é a principal fonte geradora de renda. Além disso, o agricultor familiar tem uma relação particular com a terra, seu local de trabalho e moradia.
Por extensão, tem potencial de estimular também o turismo rural, fortalecendo o agronegócio e o turismo gastronômico, que proporciona experiências de consumo e apreciação de comidas e bebidas, valorizando a história, a cultura e o meio ambiente de toda uma região. 
Para a agricultura familiar, o turismo gastronômico enaltece o conhecimento tradicional, passado através de gerações, demonstrando a importância da alimentação saudável e da origem dos alimentos.
A agricultura familiar é tão importante que o governo do Estado de São Paulo mantém o PPais (Programa Paulista da Agricultura de Interesse Social), que compra boa parte da produção agrícola das famílias produtoras.
A agricultura familiar pode ser pequena no tamanho de produção, mas tem um enorme potencial para levantar o desenvolvimento regional, produzindo renda e gerando empregos.


 

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