Do empreendedorismo Vuca ao empreendedorismo Bani

OPINIÃO - José Carlos Cavalcante

Data 25/04/2023
Horário 05:00

Empreendedores são pessoas que percebem e interpretam necessidades e problemas; são capazes de idealizar soluções e transformar sonhos e ideias em realidade. Eles inovam e assumem riscos com os seus negócios. 
Por conta da pandemia, uma grande movimentação de informações e tecnologias gerou, e está gerando, muitas mudanças na vida das pessoas e organizações. Essas mudanças foram responsáveis por um novo cenário repleto de incertezas, dúvidas e situações não premeditadas. 
É notório que nas últimas quatro décadas, vivemos em um mundo tomado por volatilidade, incerteza, complexidade, que ficou conhecido como Mundo Vuca, do acrônimo em inglês (Volatility, Uncertaninty, Complexity e Ambiquity), que traduzido para o português significa volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade. 
Mas, nos últimos anos, a velocidade de mudanças do mundo fez com que a humanidade evoluísse para o Mundo Bani, um acrônimo em inglês (Brittle, Anxious, Nonliear e Incomprehensible) ou Fani, em português, um cenário frágil, ansioso, não-linear e incompreensível. Essa sigla nova (Bani) surgiu em 2018, cujo conceito foi criado pelo antropólogo e futurista americano, Jamais Cascio. 
Para Cascio, em cenários que antes costumavam ser voláteis, deixou de ser confiável e ficou frágil. As pessoas não se sentem mais inseguras, na verdade, vivem ansiosas. As coisas deixaram de ser complexas e, ao invés disso, obedecem a sistemas não-lineares. E o que costumava ser ambíguo, parece ser agora incompreensível.
Diante deste cenário atual, o empreendedor necessita desenvolver novas habilidades comportamentais. Para lidar com a fragilidade, precisa ser mais resiliente e competente naquilo que faz; para enfrentar a ansiedade, precisa nutrir mais a sua empatia e buscar a paz espiritual; para conviver com sistemas não-lineares, trabalhar mais e melhor a adaptabilidade; e, diante da incompreensão, trabalhar mais a intuição e a transparência. 
Finalizando, mas qual seria o mundo ideal, o Mundo Vuca ou o Mundo Bani? De acordo com Carolina Cozer, devemos sonhar com um Mundo Juci, ou seja, justo, unido, consciente e igualitário. 
Portanto, os empreendedores deverão pensar no futuro, onde o mundo poderia ser melhor para todos através de negócios que buscam minimizar os impactos ambientais, construindo um mundo mais justo e responsável para as pessoas em seu entorno, e manter as melhores práticas de gestão. 
 

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