A Santa Casa de Misericórdia de Presidente Venceslau vai receber cerca de R$ 150 mil para realizar mutirões de cirurgias eletivas. A informação é do diretor do DRS-11 (Departamento Regional de Saúde), regional de Presidente Prudente, Jorge Yochinobu Chihara. Ele explica que os valores são direcionados para procedimentos realizados entre este mês e o fim de dezembro e representam quase duas vezes o repasse da tabela do SUS (Serviço Único de Saúde). Frisa ainda que a verba será repassada após a entidade apresentar a fatura das cirurgias, ou seja, depois de realizar os mutirões, a santa casa envia os comprovantes com os gastos realizados ao departamento e, este, por meio do Estado, faz o reembolso dos valores.
Tal valor é um suporte que, segundo o diretor, o governo proporciona para auxiliar a santa casa, que, como noticiado por diversas vezes por este diário, seguindo as confirmações dos dirigentes da unidade, passam por problemas financeiros e dificuldades em manter os serviços à população. Inclusive, para liquidar as despesas referentes aos plantões dos médicos, a unidade teve que fazer um "empréstimo" de R$ 100 mil. O valor foi direcionado à instituição por meio da Câmara Municipal, através da devolução antecipada de parte do duodécimo, recurso que seria devolvido aos cofres públicos da Prefeitura.
O vice-provedor em exercício, Walter Fernandes de Souza, esclarece que a quantia foi solicitada para sanar dívidas urgentes e ficou acordado entre o hospital, Legislativo e Executivo, que a devolução ocorreria em quatro parcelas de R$ 25 mil, sendo que a primeira foi paga em setembro e a ultima será em dezembro.
Sobre o repasse, Walter diz que tem ciência do procedimento e que existem cirurgias agendadas. A realização destas, segundo ele, possivelmente começará no fim de outubro. Assim como o diretor do DRS-11, o vice-provedor explica que, após os mutirões, a unidade emite uma fatura informando os valores empregados nos procedimentos e o Estado faz o repasse.
"Empréstimo"
A administração municipal esclarece, em nota, que não se trata de empréstimo, já que o ato seria ilegal, mas sim, uma forma de antecipação das parcelas mensais do serviço contratado pela Prefeitura pelo uso do pronto-socorro da unidade. Atualmente, o repasse municipal é de R$ 350 mil por mês e os R$ 100 mil serão descontados, em parcelas, deste valor enviado à santa casa. O Executivo frisa ainda que a disponibilização do dinheiro foi para "socorrer compromissos inadiáveis da unidade de saúde".
Vale ressaltar que a iniciativa se deu após o presidente da casa de leis, Eliseu Bayer Nogueira (PSDB), ser procurado por um dos conselheiros da entidade, buscando ajuda para sanar as despesas. Após isto, o vereador e o prefeito Jorge Duran Gonçalez (PDT) acordaram a transferência das cifras.
