Economia

OPINIÃO - Walter Roque Gonçalves

Data 13/08/2022
Horário 04:30

Há pouco tempo se falava do risco de uma estagflação, ou seja, economia estagnada apesar da inflação. Hoje contemplamos a queda do desemprego para 9,8%, superávit na balança comercial que passa de 30 bilhões de dólares no acumulado e queda da dívida pública. Soma-se a estes fatos a constatação de deflação no país, ou seja, redução dos preços médios ao consumidor. Este tipo de redução de preços (deflação) é geralmente considerada negativa quando estimulada  pelo distanciamento dos consumidores, forçando os empresários a reduzirem os valores dos produtos, mas não é este o caso no momento.
A deflação está fundamentada na redução de impostos dos combustíveis e energia, base de custos da esmagadora maioria dos produtos. Contudo, nem todos os produtos recebem da mesma forma o estímulo para redução de preços, alguns deles reagem mais rápido e outros continuam com preços elevados, a exemplo do leite longa vida, melancia e mamão. Portanto, nem tudo é resolvido apenas com a redução dos impostos, há fatores climáticos e de oferta e demanda que podem segurar os preços no alto. 
Especialistas apontam que a queda da inflação veio como um grato e necessário ajuste de preços. É claro que existe uma ala daqueles que criticam as ações devido à queda de arrecadação do governo frente às reduções de impostos praticadas ou mesmo críticas aos auxílios aprovados para os próximos meses, pois impactarão nas contas públicas em 2023. Realmente estes impactos virão e estão projetados nas estimativas de inflação e PIB (Produto Interno Bruto) do próximo ano. Por outro lado, os bilhões de reais injetados na economia colaboram para geração de emprego, renda e arrecadação do governo através dos impostos. 
É provável que tanto as versões mais otimistas como as pessimistas dos economistas tenham lá as suas verdades e também os seus equívocos. A questão é que estávamos até então sofrendo com a inflação crescente, riscos de estagflação e projeções negativas. Hoje nos defrontamos com queda da inflação, redução do desemprego, balança comercial positiva e redução da dívida externa. Afinal, podemos sim comemorar, mas sem perder de vista os desafios que virão para 2023.

 

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