Economistas analisam nova rodada de pagamento do auxílio emergencial

Especialistas recomendam que famílias priorizem os gastos com alimentação e, se for o caso, com despesas dentro de casa, como água e luz; “não tem como fugir disso”

REGIÃO - GABRIEL BUOSI

Data 11/04/2021
Horário 06:28
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Novos pagamentos do auxílio emergencial começaram a ser feitos em 6 de abril
Novos pagamentos do auxílio emergencial começaram a ser feitos em 6 de abril

Com 28 anos, a prudentina Tamires de Jesus Lourenço aguarda ansiosa por uma resposta do pedido de auxílio emergencial para essa nova rodada de pagamentos de 2021. Desempregada, no ano passado ela recebeu todas as parcelas liberadas pelo governo federal e atualmente se vê diante de uma nova dificuldade, já que, diferente de 2020, agora o marido dela também está desempregado, o que gera ainda mais expectativa em relação ao benefício. “Eu consulto todos os dias o portal e até agora não foi liberado, diz que está em análise e estou confiante na espera do resultado”. Os pagamentos são fundamentais para ela, assim como diversas outras famílias, mas vale lembrar que para esta nova rodada os valores são menores do que os anteriores, já que os pagamentos serão entre R$ 150 a R$ 375, a depender da família, em um processo que conta com novas regras e requisitos e que não liberou o pedido para novos solicitantes. Economistas avaliam a nova liberação emergencial.

Para a economista Josélia Galiciano Pedro diversas são as famílias que neste momento precisam adequar suas realidades em relação aos novos valores aplicados, que basicamente servirão para gastos com a alimentação, já que “não tem como fugir disso”. “A população vive com rendas cada vez menores e ela se adapta em cima disso. Se antes as pessoas compravam pouco, hoje compram menos ainda, o que faz com que o extremo essencial seja priorizado com o recebimento dessa verba emergencial”. Ela afirma que as cifras apresentadas neste ano não são adequadas para as necessidades dos brasileiros, que enfrentam momentos de muita dificuldade financeira, em especial pelo fato de que inúmeros são os produtos que sofrem com o aumento de preço diariamente. “Vem, de fato, para suprir o básico e para garantir a sobrevivência de muitas famílias”.

O economista Walter Dallari concorda que a prioridade neste momento, sem dúvidas, deve ser o gasto com a alimentação para as famílias que forem contempladas com o benefício, e lembra que, se for o caso, é possível ainda priorizar gastos com a moradia e que são essenciais, como água, luz e gás. “Ainda tem o fato de que é um benefício de curto prazo de duração, então não tem como fazer planos com ele. É mesmo para sobrevivência”. Em relação aos novos valores, ele reconhece serem inferiores ao que seria necessário, mas aponta que diante da situação fiscal que o Brasil vive, de queda nas arrecadações, os valores são os possíveis para o momento. “O ideal seria que nenhum brasileiro precisasse disso, mas infelizmente essa não é a realidade. O Brasil precisa seguir algumas regras e leis orçamentárias e não temos perspectivas de melhoras, infelizmente”, finaliza.

Nova rodada de pagamentos

De acordo com a Agência Brasil, com quatro parcelas de R$ 150 a R$ 375, dependendo da família, o auxílio emergencial começou a ser pago em 6 de abril, a quem recebia o benefício em dezembro de 2020. Também é necessário cumprir outros requisitos para ter direito à nova rodada. Assim como no ano passado, ainda conforme a agência, o benefício será depositado nas poupanças digitais dos trabalhadores informais que estejam inscritos no Cadastro Único dos Programas Sociais do Governo Federal, onde poderá ser movimentado pelo aplicativo Caixa Tem. “Para os beneficiários do Bolsa Família, o pagamento ocorre de forma distinta. Os inscritos no programa social podem sacar diretamente o dinheiro nos dez últimos dias úteis de cada mês”.

Confira as principais dúvidas sobre a nova rodada do auxílio emergencial

Qual o valor do auxílio emergencial 2021?
Pessoa que mora sozinha: R$ 150
Mãe solteira que sustenta a família: R$ 375
Demais famílias: R$ 250

Qual o número de parcelas?
Quatro parcelas mensais de abril a julho

Quem tem direito a receber o auxílio emergencial em 2021?
Todos os trabalhadores informais, inscritos no CadÚnico e beneficiários do Bolsa Família que já recebiam o auxílio emergencial de R$ 600 ou a extensão do auxílio emergencial de R$ 300 em dezembro de 2020.

É possível pedir o auxílio emergencial?
Trabalhadores informais e inscritos no CadÚnico que não receberam auxílio emergencial em 2020 não podem pedir o benefício em 2021. Será usado o cadastro encerrado em 3 de julho de 2020.

Quantas pessoas da mesma família podem receber o auxílio emergencial?
O benefício só será pago a um membro de cada família na nova rodada, contra até duas pessoas da mesma família na rodada anterior.

Fonte: Agência Brasil

 

 

 

 

Publicidade

Veja também