A escritora prudentina e articulista de
O Imparcial,Arlette Piai, divulga seu décimo livro, intitulado "A Viagem Filosófica". Ela comenta que o título remete à sua vontade de conduzir as crianças a um mundo mais reflexivo, ao pensamento, um mundo mais filosófico - porque atualmente se vive uma fase de extremo consumismo, onde os pequenos estão muito ligados à competitividade, ao comprar e comprar, e a valores de uma sociedade epidérmica consumista, que de certa forma "impõe".
Estrutura do livro já estava pronta há alguns anos, mas somente agora é colocado à venda
Isso, ao seu modo de ver, é bastante negativo. Então, essa obra - que traz ilustrações muito coloridas, de Paulo Alberto da Silva - trata a filosofia, que conduz ao questionamento, a outros valores e se torna uma verdadeira viagem onde a criança a faz por meio da personagem central chamada Fantasia, que as leva para esse mundo de fantasia, indo para a Grécia, conhecendo Sócrates e viajando no tempo. "Acredito que seja um livro que a criança realmente precisa ter e ler. Apesar de ser direcionado ao público infanto-juvenil, de ter uma linguagem para a criança, a essência dele é para todas as idades. Nós adultos temos nossas próprias crianças dentro de nós, não é mesmo?", indaga.
Ela conta que a estrutura do livro já estava pronta há alguns anos. "Demorei a concluir, porque às vezes eu escrevo e deixo guardadinho para em um segundo momento reler, sentir, porque é muito importante para nós, escritores, avaliarmos. E fazemos isso melhor quando estamos distanciados emocionalmente do livro", destaca.
Aos interessados em ter um exemplar do livro de Arlette Piai, ele está disponível pela internet no
site de sua editora CRV de Curitiba (PR),
www.editoracrv.com.br. Pode ser também pedido pelo
e-mail sac@editoracrv.com.br ou na Banca do Tênis Clube em Prudente.
Contribuição
Piai, que é articulista deste impresso, diz que o objetivo desta participação com seus textos publicados no jornal é de fato uma questão de contribuição. Uma forma de conduzir o leitor e levá-lo à reflexão de certas coisas que estão acontecendo em termos de cidade, do Brasil e até do mundo. Ela cita como exemplo, a publicação do artigo de terça-feira, dia 1º, onde aborda a questão do trânsito, enfatizando que é importante que as pessoas pensem, reflitam, por exemplo, que o espaço destinado ao pedestre é dele e não do carro. No texto, inclusive, dá uma sugestão de que esteja escrito nesses lugares "Pare", porque ninguém para.
Piai comenta que os motoristas passam por esses lugares como se fosse direito deles e não daquele que está a pé, e isso é realmente muito triste "É inacreditável, eu vejo nas ruas mulheres grávidas, mães com criancinhas no colo, esperando por um tempo interminável até que possam atravessar uma rua. Então já que não existe o respeito de se cumprir algo que é de direito, que eliminem de uma vez esses espaço que dizem ser dos pedestres, porque definitivamente não são", indigna-se.
Por este, entre outros problemas, ela diz que de fato sente que deve escrever e compartilhar. E já que Deus lhe deu o dom de se expor pela palavra escrita, ela deve usá-la no bom sentido da palavra. "Juntamente com meu trabalho e esforço é de minha obrigação dividir essa palavra, o conhecimento e o ponto de vista que tenho. Como diz a Bíblia: ‘Ninguém deve enterrar o ouro. Se Deus dá tem que ser multiplicado’", pontua.
Obras
"Fábulas Mágicas", a primeira obra da escritora, foi feita com uma amiga, Maria Júlia Passini. "O mundo dos bichos", a segunda, segundo ela, é muito construtiva e leva a criança à reflexão do mundo político em que se vive atualmente. Em "Bruchilde e a pirâmide dos alimentos", Piai orienta os pequenos a terem a uma alimentação saudável. "Muito bom mesmo, tanto que já está na quinta edição sendo muito vendido Brasil afora".
Entre outros, tem ainda: "Os três poderes", uma coleção de três livros que será sintetizado em breve em um único livro, com previsão de publicação para o ano que vem; e "Viagem Ecológica a Amazônia". "Esse eu fiz uma pesquisa in loco na Amazônia, onde tive contato com os índios e as plantas. Foi um verdadeiro poema estar em contato com essa parte da natureza maravilhosa, essa joia brasileira. Me inspirou tanto que até saiu uma porção de poemas", exclama.
E enfatiza que não faz lançamento dos seus livros. "Não tenho muita facilidade com essa conexão de vida social. Acho que sou mais do meu próprio mundo. Tenho o meu próprio mundo. Não acho isso uma virtude, mas... a gente é o que é ".
Leitura prazerosa
Piai constata que o brasileiro não lê muito. E ao contrário do que alguns dizem que a internet roubou o espaço do livro impresso, isso não é verdade. De acordo com ela, o nível de livros que temos em termos estatístico se mantém ou até aumentou. Entretanto, enfatiza que é necessário que as escolas trabalhem muito com a leitura. Precisam exercitá-la com a criança de forma prazerosa, não de avaliação, como uma obrigação imposta.
Segundo ela, algumas escolas têm conseguido esse feito maravilhosamente bem. "Estive visitando algumas escolas do Sesi e fiquei encantada com a unidade de Assis, onde 85% dos alunos lêem e amam isso. Lá tem livros nas salas de aulas e também nas horas de recreação, eles são acompanhados de livros o tempo todo", cita.
O professor
Ela, que é professora, faz uma dedicatória à classe neste livro. Segundo Piai, esta é a profissão mais nobre e honesta que existe, porque ele está afim de uma entrega e o aluno afim de buscar alguma coisa. É uma relação profunda de doação diária. "Eu amo ser professora e defendo essa carreira, os professores. Sou uma pessoa feliz profissionalmente porque tenho a minha própria escola, adoro escrever e dar aulas, então é um feliz casamento", destaca.
Dessa forma, ela coloca no livro: "Pela profissão nobre que desempenham, dedico este livro: aos professores. Por constituírem os grandes pilares do desenvolvimento do nosso País, dedico este livro: aos professores. Sempre a vocês, mestres do Brasil, é claro, a todas as crianças do mundo".
