Em greve, funcionários dos Correios fazem passeata em Prudente

Categoria diz que objetivo do ato foi levar informação sobre o motivo da paralisação parcial

PRUDENTE - GABRIEL BUOSI

Data 05/09/2020
Horário 06:29
Hideyochi de Oliveira Hina/Cedida - Ato dos funcionários dos Correios ocorreu ontem, em Prudente
Hideyochi de Oliveira Hina/Cedida - Ato dos funcionários dos Correios ocorreu ontem, em Prudente

Funcionários dos Correios, que estão em greve em Presidente Prudente e nas cidades vizinhas, realizaram ontem, em Prudente, um ato pacífico de manifestação, com o objetivo de esclarecer as dúvidas da população em relação à greve em andamento. O ato teve início na Praça Nove de Julho, seguido de uma passeata pelo calçadão, no início da manhã, e contou ainda com uma mobilização de doações de sangue no Hemocentro anexo à Santa Casa de Misericórdia.
De acordo com o diretor do Sindecteb (Sindicato dos Empregados dos Correios de Bauru, Araçatuba, Presidente Prudente, Botucatu e Regiões)Hideyochi de Oliveira Hina, a greve não deveria ocorrer este ano, visto que em 2019 houve um acordo coletivo que teria validade de dois anos, por meio de uma corte superior, mas ele informa que os Correios não “se contentaram” com o acordo obtido e questionaram a decisão junto ao STF (Supremo Tribunal Federal). 
“Pediram que fosse revogada essa decisão e conseguiram uma liminar suspendendo a validade do nosso acordo coletivo, além de conseguirem suspender a cláusula do plano de saúde que havia sido definida o custeio do benefício em 70% para a empresa e 30% para os funcionários”, aponta o diretor do sindicato. Com isso, ele ressalta que a empresa, unilateralmente, colocou em 50% a 50% o custo do plano de saúde, o que teria “onerado ainda mais o trabalhador”. 
Por isso, neste ano, já que foi quebrada a vigência de dois anos do acordo, a categoria afirma que foi preciso negociar, mesmo que em plena pandemia, mas que não houve resultados por parte da empresa. “Nas reuniões que tivemos entre os representantes dos trabalhadores e os representantes da empresa, tivemos uma proposta que era a de retirar 70 cláusulas de um acordo que tem 79 cláusulas”. Por isso, ele afirma que a população precisa saber que a greve não é por aumento salarial, mas sim para que o acordo coletivo fosse respeitado. 
Atualmente, a categoria aguarda uma audiência de julgamento do TST (Tribunal Superior do Trabalho), pois um acordo entre as partes não é esperado. Não há previsão de término da greve. 

Correios de manifestam

Por meio de nota, a empresa disse que, de acordo com sistema de monitoramento dos Correios, a adesão ao movimento paredista “é baixa”. Afirmou ainda que a maioria dos empregados segue trabalhando normalmente e apontou que os índices de qualidade têm se mantido nos parâmetros da pandemia - as agências seguem atendendo e as entregas ainda contam com eficácia superior a 90%.
Os Correios disseram ainda que estão trabalhando para minimizar os efeitos da paralisação parcial dos empregados, e que têm realizado mutirões de entregas em todo país, medida que faz parte do plano de contingência da empresa. “Outras ações, como apoio dos empregados da área administrativa e o remanejamento de veículos, estão sendo adotadas. A iniciativa demonstra o compromisso dos Correios com a qualidade operacional e com os clientes, neste momento em que os serviços da estatal são ainda mais essenciais aos brasileiros”.
A empresa ressaltou que aguarda o julgamento do dissídio de greve pelo Tribunal Superior do Trabalho e afirmou que a questão se encontra em Juízo e será resolvida pelo TST, “findando este impasse que tanto prejudica a população brasileira”. “Vale ressaltar que os Correios têm preservado empregos, salários e todos os direitos previstos na CLT [Consolidação das Leis do Trabalho], além de outros benefícios concedidos a seus funcionários”.
Finalizou ao dizer que agradece os esforços dos empregados que se mantêm “firmes no propósito de servir à sociedade e ao país”, e contam com o retorno ao trabalho daqueles que ainda se encontram em greve.

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