Em meio à força-tarefa, Prefeitura prepara medida judicial para interdição de área em chamas

Poder Executivo ainda afirmou que buscará responsabilização do proprietário do local que funcionava como descarte clandestino de entulho

PRUDENTE - MELLINA DOMINATO

Data 22/10/2025
Horário 13:25
Foto: Prefeitura de Presidente Prudente
Força-tarefa para conter fumaça e controlar incêndio com focos subterrâneos foi iniciada na terça-feira
Força-tarefa para conter fumaça e controlar incêndio com focos subterrâneos foi iniciada na terça-feira

Nesta quarta-feira, a Prefeitura de Presidente Prudente, através da Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil, informou que seguia com a força-tarefa para conter a fumaça e controlar o incêndio com focos subterrâneos, na Vila Furquim. A ocorrência foi definida pelo Executivo como uma das situações “mais desafiadoras” que atingem o município, no que diz respeito às ocorrências de combate a queimadas. 

Sobre a recomendação do Gaema (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente) – Núcleo Pontal do Paranapanema, do MPE (Ministério Público Estadual) sobre o caso, o Executivo, por meio da Secretaria Municipal de Assuntos Jurídicos, indicou no fim da manhã que o município ainda tinha sido intimado oficialmente sobre o assunto, mas afirmou que já preparava medida judicial para interdição da área e responsabilização do proprietário.

Também citada no despacho do promotor do Gaema, Gabriel Lino de Paula Pires, a Defesa Civil Estadual informou que está à disposição para dar pronto atendimento à demanda judicial. “Até o momento, o órgão não foi oficialmente notificado sobre o pedido”. Já a Polícia Militar Ambiental, por meio do comandante, capitão Julio César Cacciari de Moura, informou que é efetuado patrulhamento nas imediações diariamente visando coibir o descarte irregular. “A área já é objeto de ação do Ministério Público e a Polícia Ambiental continua à disposição para auxiliar na detecção de eventuais danos. É importante ressaltar que a Prefeitura tem o dever da fiscalização de descarte de resíduos sólidos e a Polícia Ambiental complementarmente com ações buscando coibir tais eventos”, disse.

Abertura de vala

Já a Defesa Civil Municipal, a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) e o Corpo de Bombeiros estavam envolvidos na força-tarefa que realizam em conjunto com as secretarias municipais de Meio Ambiente e Obras, a qual definiu como medida imediata, na terça-feira, em uma reunião no gabinete do Paço Municipal, a abertura de uma vala ao redor da área atingida, que seria preenchida com água para resfriar o solo e conter a queima em profundidade. 

Participaram da reunião, conduzida pelo vice-prefeito, José Osanam (PL), representantes do Sesi (Serviço Social da Indústria), dos demais órgãos citados pelo MPE, e da Prudenco (Companhia Prudentina de Desenvolvimento). “A ideia é que a água resfrie os materiais que continuam queimando sob a terra, ajudando a controlar a fumaça e eliminar os focos ainda ativos”, explicou o coordenador da Defesa Civil Municipal, Felipe Nogueira, através da Secom (Secretaria Municipal de Comunicação).

A área, que é particular e vinha sendo utilizada como suposto local para descarte de entulho clandestino, foi interditada na terça-feira, segundo o Executivo, por apresentar risco à saúde e pela alta toxicidade na fumaça. “A partir de agora, a entrada de veículos está proibida. A situação se arrasta desde setembro, quando um incêndio atingiu a Mata do Furquim, destruindo cerca de 1.600 m² de vegetação. Na época, moradores da região relataram que o fogo poderia ter sido criminoso. Desde então, o local utilizado irregularmente segue queimando sob a terra”, detalhou a administração municipal.

Em alerta
O caso, como noticiado neste diário, levou a Defesa Civil Municipal a reforçar o alerta sobre os riscos da queima de lixo, prática que representa sérios riscos à saúde e ao meio ambiente. “A inalação de poluentes, como fuligem, monóxido de carbono e óxidos de nitrogênio pode causar problemas respiratórios e até edemas pulmonares. Além disso, essa prática contribui para incêndios, libera gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono [CO₂] e dissemina substâncias tóxicas, como dioxinas e furanos, especialmente quando há queima de plásticos, o que é bastante comum nesse tipo de ocorrência”, ressaltou o órgão.

No caso na Vila Furquim, um incêndio na mata próxima ao depósito foi controlado por brigadistas da Defesa Civil e agentes do Corpo de Bombeiros, no dia 10. No dia 11, um novo registro de chamas nas proximidades atingiu uma área de uma fazenda, como nova contenção pelas equipes, que contaram com ajuda da chuva no rescaldo. 

No domingo, porém, um novo incêndio atingiu os materiais depositados no local, liberando grande quantidade de fumaça, que persistia até esta quarta-feira. Uma pá carregadeira e caminhões pipa chegaram a ser utilizados para molhar, remexer e enterrar os inservíveis, com o intuito de eliminar os focos remanescentes e controlar a emissão de fumaça, atos que não foram suficientes para solucionar o problema.

“A Prefeitura reforça que atear fogo e descartar lixo ou entulho em locais indevidos é crime ambiental. Essas práticas prejudicam o meio ambiente, comprometem a saúde da população e podem gerar situações de difícil controle, como a registrada na Vila Furquim”, ressaltou o município.

Prefeitura de Presidente Prudente
Força-tarefa para conter fumaça e controlar incêndio com focos subterrâneos foi iniciada na terça-feira

Prefeitura de Presidente Prudente
Reunião no gabinete do Paço Municipal definiu abertura de uma vala ao redor da área atingida

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