Dados do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) fornecidos pela Receita Federal apontam aumento na inadimplência dos MEIs (microempreendedores individuais) em Presidente Prudente. Em janeiro deste ano, 56,12% dos 7.895 microempresários estavam com o recolhimento de impostos atrasados, enquanto em 2016 a taxa de inadimplentes era de 54,36% dos 6.544 inadimplentes, um aumento de 1,7 ponto percentual.
Os números também mostram o crescimento na adesão ao programa, subindo de 6.544 MEIs para 7.895 – alta de 20,6%. Atualmente, os microempreendedores se concentram principalmente nos setores de vestuário, beleza e estética, e construção civil. O gerente regional do Sebrae, José Carlos Cavalcante, acredita que o crescimento no número dos inadimplentes se deu à condição econômica do país, que condicionou os MEIs a priorizarem o pagamento dos seus fornecedores e a não pagar a contribuição das parcelas fixas dos impostos.
“Grande parte vai para quitar a Previdência Social, outra pequena parcela vai para o custeio do ICMS [Imposto sobre Comércio de Mercadorias e Serviços] e ISS [Imposto Sobre Serviços]”, expõe Cavalcante. Ele salienta que é importante que o MEI regularize sua situação junto à Receita Federal, fazendo o parcelamento das dívidas, para que continue recebendo os benefícios da Previdência Social. Pelas regras atuais, o microempreendedor precisa pagar uma contribuição mensal, que varia de R$ 47,85 (comércio ou indústria), R$ 51,85 (prestação de serviços) e R$ 52,85 (comércio e serviços, simultaneamente).
Conforme Cavalcante, há dois tipos de empreendedores no mercado: os que empreendem por necessidade e os que encaram a oportunidade. “O primeiro caso se refere a pessoas que buscam recolocação no mercado de trabalho, porém, sem o devido planejamento terão mais dificuldades para prosperar. Já o segundo, tende a alcançar o sucesso por ter mais segurança e tempo de se estabilizar no segmento escolhido”, afirma.
Pesquisa
Segundo uma pesquisa realizada pelo Sebrae, 53% dos microempreendedores são homens, 44% deles trabalham em casa e 29% possuem o próprio ponto comercial. Quanto à escolaridade, 27% deles têm ensino superior. Conforme a entidade, a falta de planejamento é um dos fatores que mais influenciam no insucesso dos MEIs em seus negócios e, consequentemente, gera dificuldade em arcar com os tributos.
