Encontro em Iepê definirá novas mobilizações de militantes do MST

“Nesses 13 anos, o trabalho conjunto das duas instituições resultou na reversão de 92.348 mil hectares de terras devolutas, o que contribuiu para a implantação de 88 assentamentos no pontal, beneficiando 3.619 famílias", acrescenta.

REGIÃO - Arize Juliani

Data 08/07/2014
Horário 08:33
 

No próximo sábado, a FNL (Frente Nacional de Luta Campo e Cidade) promove, em Iepê, encontro com os militantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra) para planejar as próximas estratégias em vista de novas ações. A informação foi confirmada por José Rainha Júnior, dirigente da frente, que retornou ao interior do Estado essa semana, depois de participar da Marcha Nacional em Defesa da Reforma Agrária e Agricultura Familiar. Ele avalia que entre os assuntos a serem debatidos na reunião está o planejamento de marchas a serem realizadas no Pontal do Paranapanema, bem como "grandes ocupações", em razão do Itesp (Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo) "não ter arrecadado terras para os militantes do MST".

O órgão, por sua vez, esclarece que a aceitação de outros acordos depende da vontade dos proprietários dos imóveis. "Como as tratativas estão em andamento, apesar do interesse do Estado, não há prazo definido para a arrecadação das áreas", expõe.

O Estado de São Paulo é o único da federação que utiliza terras julgadas devolutas para a implantação de assentamentos. "Em parceria com a União, foi assinado convênio em 2013, que beneficiará inúmeras famílias", informa a fundação. O assunto é debatido entre o Itesp e o Incra desde 2012, sendo que a proposta se baseia na parceria firmada e implantada na forma de convênios durante o período de 1996 a 2009. "Nesses 13 anos, o trabalho conjunto das duas instituições resultou na reversão de 92.348 mil hectares de terras devolutas, o que contribuiu para a implantação de 88 assentamentos no pontal, beneficiando 3.619 famílias", acrescenta.

José Rainha menciona a intenção de firmar aliança com o Movimento Sem-Teto, com o intuito de organizar novas mobilizações em conjunto: campo e cidade. E finaliza: "A Frente Nacional de Luta Campo e Cidade já se firma como uma grande organização de massa na luta pela terra e reforma agrária. Vamos nos expandir por todo o Brasil".

 

Marcha nacional

Acabou no domingo a Marcha Nacional em Defesa da Reforma Agrária e Agricultura Familiar. A mobilização contou com a participação de militantes do MST, que vivem em acampamentos das cidades de Marabá Paulista, Presidente Bernardes e Rancharia. Os participantes marcharam de Assis até a capital. Foram 430 quilômetros percorridos pelos manifestantes que caminharam por trechos da rodovia Raposo Tavares (SP-270).

 
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