Erasmo Carlos: uma estrela

Nesses últimos meses, todos nós perdemos algumas “estrelas”, donos de vozes e dons encantadores. Lamentamos e sentimos muito, principalmente, pelas representações e significados que cada um tem em nossa história ou memória. 
Perdemos Erasmo Carlos, Gal Costa, Rolando Boldrin, Paulo Jobim, Olivia Newton-Jonh e Jô Soares. Erasmo Esteves, conhecido artisticamente como Erasmo Carlos, é um deles. Estava “sentada à beira do caminho” e pensei em escrever sobre ele. Faço parte da geração “gatinha manhosa”. Ele nasceu em 5 de junho de 1941 e faleceu dia 22 de novembro de 2022. Foi cantor, compositor, ator, músico, multi-instrumentista e escritor brasileiro. 
O céu deve estar fazendo uma “festa de arromba”. E as mulheres devem estar sentindo muito a sua perda, pois jamais esqueceremos a canção sobre a “mulher”. Ele canta assim: “Dizem que a mulher é o sexo frágil, mas que mentira absurda! Eu que faço parte da rotina de uma delas, sei que a força está com elas. Vejam como é forte a que eu conheço, sua sapiência não tem preço. Satisfaz meu ego se fingindo submissa, mas no fundo me enfeitiça. Quando eu chego em casa à noitinha, quero uma mulher só minha, mas, pra quem deu luz, não tem mais jeito, porque o filho quer seu peito, o outro já reclama sua mão, o outro quer o amor que ela tiver. Quatro homens dependentes e carentes, da força da mulher. Mulher, mulher, do barro de que você foi gerada, e veio inspiração. Para decantar você nessa canção. Mulher, mulher... Na escola que você foi ensinada, jamais tirei um dez, sou forte, mas, não chego nos seus pés. Mulher, mulher...”.
“Do fundo do coração”, fiquei muito emocionada quando soube de seu falecimento. Foi muito bom ver Erasmo e Roberto Carlos juntos, encantando e cantando belas canções. “Gente aberta”, amorosa, alegre, criativo e um sujeito suave de contemplar. Ele se diferenciava e jamais foi para mim, “Mais um na Multidão”. Cantava essa música com Marisa Monte e Carlinhos Brown. 
Quando canta “Minha fama de mau”, era só fama mesmo, pois, sempre foi totalmente do bem. Ele pensava e agia, “Pode vir quente que estou fervendo” quando enfrentava adversidades, conflitos e sofrimentos. E dizia em suas canções que: “É preciso saber viver”. E, muitas vezes, evocava um “Convite para nascer de novo”. De forma esperançosa, a letra referia sobre alguém que havia aliviado a dor da experiência, de uma longa depressão e nasceu de novo para uma nova vida. Sim, faz todo o sentido, a depressão pode passar, se houver procura por ajuda especializada. “Tudo passa”. Erasmo Carlos faz apelo e diz: “É preciso dar um jeito, meu amigo”. Essa canção foi lançada em 1971, e fala da angústia diante de um cenário político desolador e continua mais atual do que nunca. Oh! Erasmo, “Não me diga Adeus!”, “Mesmo que seja eu”, “Mais um na multidão”.
 

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