Escolho tudo

OPINIÃO - Sandro Rogério dos Santos

Data 25/09/2017
Horário 11:33
“Compreendi que para se tornar santa era preciso sofrer muito, ir sempre atrás do mais perfeito e esquecer-se a si mesmo. Compreendi que na perfeição havia muitos graus e que cada alma era livre no responder às solicitações do Senhor, no fazer muito ou pouco por Ele, numa palavra, no escolher entre os sacrifícios que exige. Então, como nos dias de minha primeira infância, exclamei: ‘Meu Deus, escolho tudo’. Não quero ser santa pela metade. Não me faz medo sofrer por vós, a única coisa que me dá receio é a de ficar com minha vontade. Tomai-a vós, pois ‘escolho tudo’ o que vós quiserdes!” (Ir. Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face). Tomei contato com a vida e a história de Santa Teresinha no seminário propedêutico (antes da faculdade) em Presidente Prudente por meio de um amigo, devoto da santinha das rosas, a Teresa de Lisieux. Jovem mística, santa do nosso tempo –nascida a 2 de janeiro de 1873–, Doutora da Igreja, seus escritos contêm ensinamentos sábios e iluminados; há correção em tudo quanto viveu e escreveu. Uma devoção em ascensão, mais e mais pessoas investem seu tempo rezando ao Senhor com o auxílio da menina que pela graça divina e por sua impetuosidade ingressou no Carmelo aos 15 anos de idade. Tornou-se carmelita para rezar pelos padres e para salvar almas; missão esta vivida intensamente nas dores e sofrimentos –morreu aos 24 anos. Meiga, dócil, cheia de Deus... ela nos ensina a fazer cada coisa ordinária de modo extraordinário, apenas colocando amor em cada pequena coisa, em cada pequeno gesto. Quem quiser entrar no Reino do Céu deve prestar atenção e ser como as crianças. Quem anseia uma vida santa, deve escolher TUDO, e não se equilibrar nas metades. “Compreendi que sem amor todas as obras são nada, mesmo as mais brilhantes, como ressuscitar os mortos ou converter os pecadores” (Manuscrito ‘A’, 81v). O amor é necessário para o trabalho. Qualquer coisa que você faça para o outro, mesmo que seja uma esmola, grandes obras, mas se não tiver amor é para a própria vanglória. Sim, o amor, dizia, “engloba todas as vocações”. “Minha vocação no coração da igreja, minha mãe, é o amor”. Passou o tempo e eis-me pároco do santuário diocesano de Santa Teresinha –no jardim Maracanã, em Presidente Prudente. Talvez, Teresinha seja o meu primeiro amor, desde quando ingressei no seminário. Provavelmente, me atraiu à sua casa para cuidar de mim, para rezar por mim, para me sustentar na missão com sua amorosa intercessão, para me ensinar o valor da simplicidade, da confiança e do ‘pequeno caminho’, que conduz mais ‘facilmente’ ao céu. Seja como for, paroquianos e devotos, adoramos a Deus e veneramos nossa querida padroeira. Iniciamos a Novena (22 a 30), na qual faremos um caminho bíblico para entrar na intimidade do Senhor, e encontrar os grandes amigos de Jesus –os santos e as santas. Sua festa será no dia 1º de outubro. Teresinha é uma grande amiga de Jesus, tanto Menino em Belém quanto Sofredor (Sagrada Face) no Calvário; amiga na alegria do nascimento e nas dores da sua entrega total. Quero ser amigo dos amigos de Jesus e ser amigo d’Ele também. Assim como Teresinha gostava de fazer pequenos gestos e cada gesto estava cheio de amor, que cada gesto meu e nosso seja cheio do amor do céu. Nossa amizade com os santos nos aproximam de Deus, nos colocam em tensão para as ‘coisas do alto’, formamos com eles uma comunhão. Seja bom o seu dia e abençoada a sua vida. Pax!!!
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