O escritor prudentino, Carlos Francisco Freixo, estará no Espaço Armazém, no Centro Cultural Matarazzo, neste sábado, às 19h, promovendo o lançamento de dois novos livros de sua autoria: “Equipa do Batestrada”, 110 páginas - registro lírico de uma viagem que fez a Portugal com seu irmão Manuel Freixo dos Santos e sua esposa Maria Aparecida dos Santos, em 2019; e “Cronos e Cromos”, 145 páginas - que já estava no prelo há um bom tempo. “Com o projeto ‘Cultura e Arte por Toda Parte’, pela Secult [Secretaria Municipal de Cultura], não tenho mais como manter ‘Cronos e Cromos’ nas pastas de um computador os versos que já são. Que sejam para uma boa leitura”, expõe o autor.
Sobre as expectativas, Freixo diz que foram dois trabalhos distantes no tempo de escrita, mas que projetam percepções muito distintas. “Em ‘Cronos e Cromos’ seguem percepções que percorrem nossos dias e nos fazem caminhar sempre. Em ‘Equipa do Batestrada’, um olhar para o meu país de origem e que traz para o Brasil a história de superação permanente e, para os portugueses vindos para cá, não deixaram de ser a grande nação mãe e irmã de nosso país”, salienta o autor.
Segundo Freixo, há linguagens diferentes, mas uma força que gera o seguir em frente, a constante luta de um povo que não deixa de assumir permanente responsabilidade. “Acredito que os leitores saborearão duas obras tão distintas”, diz ele.
Freixo destaca que a ilustração do “Equipa do Batestrada” é de Gady, da sua terrinha; a foto da capa do “Cronos e Cromos” é dele mesma, a qual tirou na Casa de Guerra Junqueiro, poeta português de Freixo de Espada à Cinta, norte de Portugal.
Benjamin Resende coloca que: Nesse enlevo de ali estar, o melhor: 61 anos de obstinação. Do desejo de conhecer Corga do Castelo junto à ribeira do Castelo. Hora de fotos marcam Corga do Castelo, a Ribeira do Castelo, onde a infância e juventude da mãe privilegiam o viver por meio da agricultura e pastoreio.
Lembrar, nessa viagem de percepções, de um mundo anterior. Vivência e colo maternos, em meio à casa de pedras, pinheiros e córregos deslizantes de água límpida e tranquila, para desenrolar conversas anímicas, inseridas desde o ventre materno.
Ao final ele destaca que Freixo “conclui sua viagem”, com versos bem armados, estrofes bem cuidadas, poesia maleável, rica, plástica. “‘Equipa do Batestrada’ emociona-nos pela narrativa de viagem: de retorno à pátria-berço, do idílio da visita à casa materna, do torrão natal, emprestando uma linguagem de estilo dialeticamente saudosista”.
O pai de Freixo, Francisco dos Santos é de Mação e sua mãe, Narcisa Maria Freixo, da Aldeia do Castelo.
Conforme o escritor, a obra estava no prelo praticamente desde as primeiras publicações. “Desde 2004 quando o primeiro trabalho ‘Nove Meses Mais’ abraçou as prensas tipográficas, os versos que compõem este livro também se encorpavam. E nem sabia que os leitores liam mais do livro depois que o livro acaba e espiavam o que se apresentava no prelo. Mas essa cobrança, esse recado deixado ao fim das páginas é, principalmente, para mim mesmo”, diz Freixo.
De acordo com ele, “Cronos e Cromos” estava feito. Talvez (com certeza) há necessidade de olhar os textos, aprimorar alguns, descartar outros, rever a estrutura, limpar o excesso, trazer leveza, intensidade, sempre algo a melhorar. Agora o fez. Mas a urgência de nossa época o levou a desenvolver outros temas “mais urgentes” (???) que já foram disponibilizados aos interessados. Outros ainda vão no prelo.
“Neste trabalho procuro desenvolver a percepção de pequenos quadros de nosso dia a dia que perfazem a dinâmica de nossa humanidade incrustando no tempo momentos triviais que persistem na tentativa de, com a memória, ter reconhecido o presente que se faz de escolhas e renúncias”, expõe o escritor.
Segundo Freixo, “Cronos e Cromos” são poemas com temas constantes da rotina humana tais como o transcorrer das estações, inquietações, delicadeza, tensão, amor, paixão, diálogos, sabores, solidão, cicatrizes, dúvidas, o passar das horas, memória, encantamentos, decepções, concretudes e abstrações, sonhos e realidade, o tão próximo, o tão distante, presenças e ausências... Predominam versos livres com linguagem de ritmos variados que acompanham o tema proposto em cada poema.
Ele menciona que há momentos em que o grito está preso na banalidade das horas, “ficamos atônitos, queremos compartilhar reflexões de um mundo de utopia. E a utopia existe para que a conquistemos. E conquistamos sim. Mas no caminho sempre estamos a criar outras tantas e as conquistas utópicas que alcançamos mal percebemos. Mas conquistamos”, exalta o escritor, acentuando que o segredo é muito simples: dia a dia, passo a passo, linha a linha e, quando se percebe, o tempo foi longo, muitas realizações.
SERVIÇO
Os livros estarão à venda no lançamento a R$ 30 cada exemplar, e depois, interessados podem encontra-los à disposição na APE (Associação Prudentina de Escritores).
OBRAS PUBLICADAS DE FREIXO
“Nove Meses Mais” – 07/08/2004
“Minha Hora Plena” – 03/09/2005
“Cacófatos Histéoricos” – 13/10/2006
“111” – 26/11/2016
“Que Fado É Este?” – 06/10/2018
“Fui Covarde” - 04/09/2020
“Oratório de São Francisco” - 19/12/2021
“Cronos e Cromos Meus Humores Permanentes” - 11/03/2023
“Equipa do Batestrada” - 11/03/2023
DVD “Auto de Natal” (Paróquia São Francisco de Assis – 2009
CD – “Áudio Juca Macedo” ¬¬¬¬- 20/06/2009
NO PRELO
“Mambembe”
“Mote Musical”
“Inspirações Furtadas”
“Crônicas”
“Retratos da Natureza”
“Sonetos” – coleção com 6 livros
“Haikai”
“Litania – O Amor Não Precisa Ser Barroco”
Cedida
Livros estarão à venda no lançamento a R$ 30 cada exemplar
