A fisioterapeuta prudentina, Dra. Priscila Kalil, especialista em distúrbios do sono, representou a cidade em um dos maiores fóruns científicos da área: o Congresso Mundial do Sono, realizado em Cingapura. A profissional não apenas absorveu o que há de mais moderno no tratamento da apneia obstrutiva do sono no mundo, como também subiu ao palco para apresentar os resultados de sua própria pesquisa científica. O estudo, que analisou dados do EpSono (um amplo levantamento epidemiológico da cidade de São Paulo), investigou a Comisa – a associação entre insônia e apneia do sono, condição hoje considerada uma nova doença. A descoberta principal é impactante: pacientes com apneia moderada a grave que também sofrem de insônia têm uma probabilidade significativamente maior de relatar dores na coluna. "O fato de você não ter uma boa qualidade de sono e também ter um distúrbio como a apneia, faz com que você tenha mais dor de coluna", explicou a doutora Priscila, destacando a importância de tratar os dois distúrbios em conjunto para um alívio efetivo da dor.
Especialista tira dúvidas no "Quintal da Nega"
Logo após a intensa programação científica em Cingapura, a Dra. Priscila Kalil já estava de volta a Presidente Prudente para um trabalho de outra natureza, mas igualmente vital: a educação em saúde. Ela participou de um evento no Quintal da Nega, onde abriu espaço para perguntas do público em uma troca direta e descontraída. Segundo a especialista, a dúvida mais frequente foi a mais direta: "Como faço para dormir bem?". A resposta, ela reforça, começa longe das telas. "Diminuir o tempo de tela é fundamental. A exposição à luz à noite inibe a produção de melatonina, o hormônio do sono. Pior que isso é a interatividade com conteúdos estressantes, que liberam cortisol, o hormônio do estresse, na hora em que deveríamos estar relaxando", detalhou.
Adolescentes e medicamentos
Além das dicas para um sono mais saudável, a fisioterapeuta também abordou questões específicas. Sobre os adolescentes, explicou que a tendência de virar "corujas" – dormir e acordar tarde – é uma característica comum da fase, mas que pode prejudicar o rendimento escolar, exigindo ajustes na rotina familiar. Outro ponto alertado foi o uso da melatonina em crianças muito pequenas. "Não é recomendado utilizar essa medicação para crianças jovens. Geralmente, uma abordagem comportamental resolve", orientou a doutora, enfatizando a necessidade de sempre buscar orientação de um médico especialista antes de medicar.
Atuação clínica: foco no tratamento personalizado
Na sua prática clínica, na Clínica Marchiotto Saúde Sustentável, o trabalho da Dra. Priscila é focado no tratamento da apneia do sono. Ela realiza uma avaliação global do paciente, entendendo suas queixas noturnas e diurnas, para então introduzir e adaptar o uso do CPAP (um dispositivo de pressão positiva contínua nas vias aéreas), considerado o padrão-ouro no tratamento da condição. A trajetória da especialista – dos palcos internacionais de Cingapura à comunidade do Quintal da Nega – ilustra seu compromisso duplo: com a ciência de ponta e com a saúde e o bem-estar da população de Presidente Prudente.