Espiritualidade na educação

Independente da religiosidade, trabalhar o amor, a fé e a esperança no ambiente escolar são essenciais aos processos de ensino, aprendizagem e para a vida

Geral - DA REDAÇÃO

Data 27/09/2020
Horário 06:20
Para o médico e professor Gabriel Carapeba, espiritualidade é assunto em alta e  deve ser trabalhada com a criança e o jovem
Para o médico e professor Gabriel Carapeba, espiritualidade é assunto em alta e deve ser trabalhada com a criança e o jovem

A espiritualidade na educação é capaz de apresentar resultados significativos para além dos processos de ensino e aprendizagem. Trabalhar o amor e a fé no sentido de esperança no ambiente escolar é preparar para a vida, independente de religiosidade. Nesse sentido, o médico professor Dr. Gabriel de Oliveira Lima Carapeba, diretor das Faculdades de Medicina da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista) – campis de Presidente Prudente, Jaú e Guarujá, falou na manhã de sexta-feira (18) para professores em formação continuada pelo Programa Educa Pontal, desenvolvido através de uma parceria da universidade com a Diretoria de Ensino de Mirante do Paranapanema.

O encontro remoto foi recebido pelos participantes como expressivo apoio para fortalecer as ações do dia a dia nas 29 escolas que atendem 7,6 mil alunos em oito municípios do Pontal do Paranapanema: Estrela do Norte, Euclides da Cunha Paulista, Mirante do Paranapanema, Narandiba, Rosana, Tarabai e Teodoro Sampaio. Além da comunidade estudantil, são mais de 1,1 mil profissionais atuando nessa circunscrição da Secretaria de Estado da Educação, de acordo com a professora coordenadora do núcleo pedagógico, Ivani Aparecida de Souza Pereira.

O amor é tudo

Carapeba, médico com formação da graduação ao doutorado pela Unoeste, que inclui em sua jornada acadêmica a especialização em Medicina Física e Reabilitação pela Irmandade Santa Casa de Misericórdia, de São Paulo, abriu a fala dizendo que a espiritualidade é assunto em alta e que deve ser trabalhada com a criança e o jovem. Uma temática com diferentes visões e que na quântica serve para explicar o que não é possível observar, com o entendimento que a espiritualidade é tudo que deriva do amor.

No decorrer do encontro, ficou evidente que só o amor constrói e o ódio é destruição. Para Carapeba, cada pessoa deve dar o máximo de si em relação ao próximo, seja por seus conhecimentos ou em suas profissões em diferentes funções, com o seguinte detalhe: que ninguém se ache superior à lei do amor. Ao citar códigos internacionais de classificações de doenças, afirmou que há muito tempo a medicina aceita a espiritualidade como algo benéfico ou maléfico, dependendo do estado de pensamento de cada pessoa.

Valorização da vida

Nessa relação da medicina com a espiritualidade, ele citou como exemplo a campanha de valorização da vida Setembro Amarelo. Aconselhou os professores sobre a importância de conversarem com os alunos, valendo-se também de sua experiência como professor universitário. “Quem se suicida não quer acabar com a própria vida, mas sim colocar fim ao seu sofrimento”, pontuou.

Os suicídios são atitudes extremas derivadas de problemas como frustração ou pré-conceito, mas que podem ser evitados se for detectado algum sintoma. “Qualquer pessoa pode salvar uma vida, não precisa ser médico”, enfatizou o médico, que comentou também que uma vida representa várias outras vidas, seja pela multiplicação daqueles que terão filhos ou pela relação de troca de experiências dos que optaram em não ter filhos. “Em qualquer situação vale a espiritualidade como matéria do amor, que não aceita discórdias e nem imposições”.

Prática a meditação

Diante da temática “Entendendo a espiritualidade na educação”, Carapeba sugeriu aos professores a prática da meditação como técnica de autoconhecimento. “O momento de você conversar com você mesmo”, pontuou para sugerir preparo e boa relação com outras pessoas, inclusive os que dizem não acreditar em Deus, mas que em seus interiores sabem o que é certo ou errado. Uma consciência que faz cada pessoa ser o maior julgador de si mesmo, assim como ter o entendimento de colher o que planta.

Em sua concepção, a pandemia mundial do coronavírus é a colheita de tudo o que foi plantado precariamente na área de saúde e até do que deixaram de plantar ao longo dos séculos. Quem vive agora é responsável pelo futuro, que irá colher o que foi semeado. A construção dos próximos adultos deve passar pelo entendimento de que criança e o jovem são como esponjas: absorvem tudo. O bom senso é o caminho, considerando que o pior irá passar, sabendo que o melhor também passará e que a espiritualização transcende os ideais, inclusive os políticos.

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