Estudo feito em PP mostra que curcumina, presente no açafrão-da-terra, pode tratar inflamações intestinais

Pesquisa foi publicada em periódico médico internacional e é primeiro relato sobre efeito da nanoemulsão do polifenol para prevenir danos causados por medicamento anti-inflamatório

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 04/03/2024
Horário 17:19
Foto: Pixabay
Curcumina é extraída da raiz da cúrcuma ou açafrão-da-terra
Curcumina é extraída da raiz da cúrcuma ou açafrão-da-terra

Desenvolvido em parceria interinstitucional em Presidente Prudente, estudo que aprimora o uso da curcumina (extraída da raiz da cúrcuma ou açafrão-da-terra) na prevenção e tratamento de doenças inflamatórias intestinais é publicado no International Journal Pharmaceutics, de alto impacto científico. Fato repercutido com publicação na Agência Fapesp, o site de notícias da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. O artigo científico é o primeiro relato sobre a avaliação do efeito de nanoemulsão de curcumina para prevenir o dano intestinal causado por indometacina (medicamento anti-inflamatório) e que ressaltou a importância do desenvolvimento de novas formulações em busca do aprimoramento.

Conforme a responsável pela pesquisa, Lizziane Kretli Winkelstroter Eller, o uso de polifenóis, como a curcumina, tem ganhado grande destaque para a prevenção e tratamento de doenças inflamatórias intestinais. Porém, apesar de sua eficácia e segurança, estudos têm relatado a baixa biodisponibilidade da curcumina administrada via oral. “Desta forma, a utilização de curcumina na forma de nanoemulsão pode ser uma estratégia possível para melhoria das suas propriedades físicas e químicas”, explica.

Envolvidos no estudo

O estudo de repercussão internacional teve início em 2022, com experimentos realizados pela então aluna de mestrado em Ciências da Saúde na Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), Maria Vitória Minzoni de Souza Iacia, cuja dissertação que defendeu e foi aprovada para receber o título resultou no artigo “Avaliação da nanoemulsão de curcumina em prevenir dano intestinal”. A relação interinstitucional, que vem de longa data, envolveu os professores Carlos José Constantino e Aldo Eloizo Job, da Unesp (Universidade Estadual Paulista), que auxiliaram na caracterização físico-química e morfológica da nanoemulsão. 

Além de Maria Vitória e de Lizziane, que leciona nos programas de Ciências da Saúde e Ciência Animal, pela Unoeste os envolvimentos são da pesquisadora professora dos mesmos programas, Gisele Alborghetti Nai; da graduanda de Biomedicina em iniciação científica, com bolsa da Fapesp, Maria Eduarda Ferraz Mendes; e da doutoranda no Programa de Ciência Animal e que faz estágio nos Estados Unidos, Karolinny Cristiny de Oliveira Vieira.

Aumento de visibilidade

Além de Carlos e Aldo, pela Unesp, também auxiliaram na caracterização físico-química e morfológica da nanoemulsão a doutoranda Gilia Cristine Marques Ruiz e a pós-doutoranda Cibely da Silva Martin. Sobre a importância da publicação do artigo, Lizziane explica que o assunto é de grande interesse da área da saúde, uma vez que as DIIs (doenças inflamatórias intestinais) levam ao comprometimento da estrutura e função gastrointestinal a longo prazo e, às vezes, de maneiras irreversíveis.

“Apesar da baixa mortalidade, a morbidade das DII é um problema significativo. As opções de tratamento possuem custo elevado e envolvem efeitos colaterais significativos”, explica e afirma que a publicação em revistas renomadas e sites de grande repercussão, como o da Fapesp, aumenta a visibilidade de pesquisas relevantes na área da saúde. A publicação no site da agência de fomento à pesquisa tem o título “Nanoemulsão de curcumina é testada no tratamento da inflamação intestinal”.

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