A extensão universitária é uma das formas mais potentes de aproximar a universidade da comunidade. Ela rompe a lógica de que o ensino superior acontece apenas dentro das salas de aula e leva o conhecimento para os espaços onde a vida pulsa: escolas, unidades de saúde, hospitais, instituições de longa permanência de idosos, associações, bairros e grupos comunitários. Ao criar essa ponte, a extensão fortalece o papel social da universidade e reafirma seu compromisso com a formação humana, especialmente na área da saúde.
Ao longo de mais de duas décadas como fisioterapeuta e mais de dez anos como docente no ensino superior, acompanhei de perto como essas ações influenciam profundamente tanto a população quanto os estudantes. Na Faculdade de Ciências da Saúde da Unoeste, diversos projetos vêm sendo desenvolvidos, e é possível observar como uma orientação simples, um gesto de cuidado ou uma atividade educativa podem transformar realidades. Pequenas ações criam grandes movimentos quando chegam às pessoas que mais precisam.
A extensão não é um complemento das disciplinas; ela é parte essencial da formação. Quando estudantes participam de visitas domiciliares, oficinas educativas, atendimentos de pacientes, cuidadores de pacientes dependentes, programas e projetos de prevenção ou ações de promoção da saúde, eles ampliam sua compreensão sobre o cuidado e passam a enxergar o território, a comunidade e suas necessidades de forma mais sensível. Ganham maturidade e aprendem a lidar com situações reais, que exigem escuta, comunicação, empatia e tomada de decisão. Esses aprendizados dificilmente são abordados nos livros, e fazem toda a diferença na construção de profissionais competentes e humanos.
A comunidade também se beneficia de maneira concreta. As ações de extensão levam informação, acolhimento e intervenções que fortalecem a autonomia das pessoas, contribuem para a prevenção de doenças e melhoram a qualidade de vida. Em muitos casos, é o primeiro contato de uma família com orientações precisas sobre saúde, cuidado e bem-estar. Esse encontro gera confiança e cria laços importantes entre a universidade e a população.
Quando extensão, cuidado e formação se unem, todos ganham. A comunidade recebe serviços que fazem diferença no cotidiano; os estudantes compreendem que saúde se constrói no encontro com o outro; e a universidade cumpre sua missão social ao formar profissionais mais críticos, responsáveis e comprometidos com a realidade em que vivem.
A extensão universitária é, antes de tudo, uma prática de transformação compartilhada. Ela muda trajetórias, amplia horizontes e lembra que, em saúde, cuidar e aprender caminham sempre juntos.