Fadiga durante o exercício

Jair Rodrigues Garcia Júnior

Você já se viu na esteira da academia correndo a 10 Km/h e o colega ao seu lado correndo a 14 Km/h? Então se empolgou e aumentou sua velocidade para 12 Km/h. Em menos de 2 min estava ofegante e teve que diminuir para 8 Km/h e recuperar. E o outro colega que fez 12 reps de supino com 60 Kg. Enquanto na sua vez a barra subiu apenas 4 vezes e depois travou. Parece que no seu colega as alterações agudas provocadas pelo esforço da corrida ou do supino provocam menos desquilíbrios fisiológicos do que em você.

FADIGA
É a incapacidade de manter a intensidade desejada para um determinado esforço. A fadiga está relacionada com as adaptações dos músculos e outros sistemas fisiológicos, ou seja, seu condicionamento físico. Esforços contínuos prolongados (ex. corrida) ou intermitentes de curta duração repetidos (ex. musculação) causam desequilíbrios localizados e sistêmicos. Todos temos um nível de tolerância que vai se deslocando para cima na medida em que ocorrem as adaptações e melhora nosso condicionamento físico.

SEGURANÇA
A fadiga pode ser considerada um mecanismo de segurança, pois sempre acontece quando você está perto do seu limite, ou seja, aquele ponto onde há maior risco de lesão ou outros problemas. Existem fatores musculares e sistêmicos que causam a fadiga localizada (muscular) e central (sistema nervoso), respectivamente.

FADIGA MUSCULAR
Essa ocorre por três causas principais: [1] esgotamento temporário da fosfocreatina (PC), que é o principal combustível para a contração máxima de curtíssima duração (10-15 seg). O estoque de PC é limitado e utilizado rapidamente no esforço máximo. Quando esgota, o outro sistema para produção de ATP (energia) não tem a mesma eficiência.

ACIDEZ MUSCULAR
Outra causa é o [2] acúmulo de ácido láctico e a diminuição do pH, que é consequência da utilização acelerada da glicose para continuar a produção de ATP. Em esforços máximos é inevitável a produção e o acúmulo de ácido láctico, seja no sedentário ou no atleta. A diferença entre eles é o nível de esforço no qual ocorre. A diminuição do pH, mesmo sendo pequena, provoca inibição de enzimas, prejudicando o próprio processo de produção de ATP.

GLICOGÊNIO
Outra causa é a [3] depleção do glicogênio muscular, que é essencial em todos os esforços com mais de 10-15 seg. Em exercícios prolongados ele começa a se esgotar em cerca de 90 min. A partir de então, mesmo havendo outros combustíveis (ex. gorduras), a eficiência da produção de ATP não é a mesma.

RISCOS
Essencialmente em exercícios de longa duração a fadiga ocorre quando alterações em parâmetros fisiológicos começam a fugir do controle e podem colocar a vida em risco. A diminuição da glicemia e dos fluidos corporais (desidratação), alterações do equibíbrio hidroeletrolítico (água e sais) e aumento da temperatura corporal acontecem em “atletas desavisados” e provocam a fadiga central, impedindo a continuidade da maratona ou do longão do final de semana.

 

Em exercícios de longa duração a fadiga ocorre quando alterações em parâmetros fisiológicos começam a fugir do controle e podem colocar a vida em risco.

 

 

 

 

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