Principal causa dos incêndios em vegetações, com vistas à limpeza de terrenos e áreas rurais, a atuação humana exige esforços das equipes do Corpo de Bombeiros, mesmo em um período que não é considerado “crítico” pela corporação, como nos primeiros meses de cada ano. Embora dados dos 1º, 2º e 3º SGBs (Subgrupamentos de Bombeiros), responsáveis por 52 municípios da área de abrangência do 14º Grupamento de Bombeiros, em Presidente Prudente, no oeste paulista, apontem queda de 17,5% nas ocorrências, no primeiro quadrimestre de 2025, em comparação com o mesmo intervalo de tempo de 2024, o órgão chama a atenção para o período de estiagem, que segue até o início de setembro.
“O período de estiagem é sempre o mais crítico, do final de maio até início de setembro a atenção deve ser redobrada, uma vez que o tempo é mais seco e os ventos acabam agravando a situação. Temos muitos incêndios em vegetação, tanto em margens de rodovias quanto em áreas rurais, bem como em terrenos baldios, principalmente onde é armazenado material reciclável ou lixo”, explica o 1º-tenente Eduardo Fernando Castanho.
Ele revela que no 1º quadrimestre de 2024 foram catalogadas 991 ocorrências de incêndio em vegetação nos 1º, 2º e 3º SGBs, que registraram 817 casos nos primeiros quatro meses deste ano. “A grande maioria dos incêndios em vegetação não é periciada, mas quase sua totalidade podemos concluir que a causa é humana, e envolve, principalmente, limpezas em terrenos e áreas rurais”, ressalta o bombeiro. “Considerando que os quatro primeiros meses do ano são de período de chuvas, para o Corpo de Bombeiros não é considerado um período crítico, como ocorre na estiagem nos meses de maio a agosto”, complementa.
O porta-voz do 14º GB indica que é comum a divergência de dados quando comparados ano a ano. “Podemos concluir que são muitos fatores que podem influenciar na distorção tanto para o aumento quanto para a diminuição dos atendimentos. O ano de 2024 foi bem atípico e, apesar dos dados serem do primeiro quadrimestre, recordamos que os incêndios foram gerais no país e o Estado de São Paulo enfrentou um dos piores quadros da história, principalmente na região central”, lembra. “Os ventos influenciaram bastante. Já agora, em 2025, tivemos queda significativa e esperamos que permaneça. Para tanto, a conscientização pode ajudar bastante”, frisa.
Nos casos dos incêndios em vegetação, Eduardo explica que o Corpo de Bombeiros presta o atendimento, extinguindo as chamas até que o local seja deixado em segurança e registra os dados, via sistema, de forma a embasar eventual investigação. Nos casos de registro de crime, as apurações das causas do sinistro e a perícia local ficam por conta da Polícia Civil e da Polícia Técnico-Científica, respectivamente.
Para tentar impedir novas ocorrências, a corporação trabalha de forma preventiva, por meio de atividades de conscientização, como as palestras e OPoes (Oficinas Preparatórias para Operação Estiagem), que ocorrem todos os anos com as prefeituras, orientando as brigadas e agentes da Defesa Civil. “Também é comum o encontro com os sindicatos rurais e orientação da importância dos aceiros”, destaca o 1º-tenente.
“Concitamos o Executivo Municipal para que fiscalize as áreas verdes e os terrenos que devem ser mantidos limpos pelos proprietários sob pena de notificação e imposição de multa por parte do município”, cita o bombeiro. “A população deve estar instruída a eliminar ou minimizar qualquer risco de incêndio, principalmente os florestais, que são provocados, quase que totalmente, por ação humana. Evite depósito de lixos, em geral, em terrenos baldios e áreas verdes, arremessos de bitucas de cigarros ou outra fonte de calor, limpeza de áreas sem critério e em períodos críticos de seca e ventos, entre outras ações”, recomenda.
“Contamos com o apoio e conscientização da população: o meio ambiente é direito e responsabilidade de todos”, finaliza Eduardo.
14º GB
1º-tenente Eduardo: “População deve estar instruída a eliminar ou minimizar qualquer risco de incêndio”