Com queda de 17% nos incêndios no  1º quadrimestre, Corpo de Bombeiros alerta para período de estiagem

Temporada entre final de maio e início de setembro é considerada “crítica” pela corporação, por tempo mais seco e ventos que acabam agravando situação

REGIÃO - MELLINA DOMINATO

Data 13/07/2025
Horário 04:04
Foto: 14º Grupamento de Bombeiros
No 1º quadrimestre de 2025, 817 casos de incêndio em vegetação foram atendidos na região
No 1º quadrimestre de 2025, 817 casos de incêndio em vegetação foram atendidos na região

Principal causa dos incêndios em vegetações, com vistas à limpeza de terrenos e áreas rurais, a atuação humana exige esforços das equipes do Corpo de Bombeiros, mesmo em um período que não é considerado “crítico” pela corporação, como nos primeiros meses de cada ano. Embora dados dos 1º, 2º e 3º SGBs (Subgrupamentos de Bombeiros), responsáveis por 52 municípios da área de abrangência do 14º Grupamento de Bombeiros, em Presidente Prudente, no oeste paulista, apontem queda de 17,5% nas ocorrências, no primeiro quadrimestre de 2025, em comparação com o mesmo intervalo de tempo de 2024, o órgão chama a atenção para o período de estiagem, que segue até o início de setembro.

“O período de estiagem é sempre o mais crítico, do final de maio até início de setembro a atenção deve ser redobrada, uma vez que o tempo é mais seco e os ventos acabam agravando a situação. Temos muitos incêndios em vegetação, tanto em margens de rodovias quanto em áreas rurais, bem como em terrenos baldios, principalmente onde é armazenado material reciclável ou lixo”, explica o 1º-tenente Eduardo Fernando Castanho.

Ele revela que no 1º quadrimestre de 2024 foram catalogadas 991 ocorrências de incêndio em vegetação nos 1º, 2º e 3º SGBs, que registraram 817 casos nos primeiros quatro meses deste ano. “A grande maioria dos incêndios em vegetação não é periciada, mas quase sua totalidade podemos concluir que a causa é humana, e envolve, principalmente, limpezas em terrenos e áreas rurais”, ressalta o bombeiro. “Considerando que os quatro primeiros meses do ano são de período de chuvas, para o Corpo de Bombeiros não é considerado um período crítico, como ocorre na estiagem nos meses de maio a agosto”, complementa.

O porta-voz do 14º GB indica que é comum a divergência de dados quando comparados ano a ano. “Podemos concluir que são muitos fatores que podem influenciar na distorção tanto para o aumento quanto para a diminuição dos atendimentos. O ano de 2024 foi bem atípico e, apesar dos dados serem do primeiro quadrimestre, recordamos que os incêndios foram gerais no país e o Estado de São Paulo enfrentou um dos piores quadros da história, principalmente na região central”, lembra. “Os ventos influenciaram bastante. Já agora, em 2025, tivemos queda significativa e esperamos que permaneça. Para tanto, a conscientização pode ajudar bastante”, frisa.

Atuação e prevenção

Nos casos dos incêndios em vegetação, Eduardo explica que o Corpo de Bombeiros presta o atendimento, extinguindo as chamas até que o local seja deixado em segurança e registra os dados, via sistema, de forma a embasar eventual investigação. Nos casos de registro de crime, as apurações das causas do sinistro e a perícia local ficam por conta da Polícia Civil e da Polícia Técnico-Científica, respectivamente.

Para tentar impedir novas ocorrências, a corporação trabalha de forma preventiva, por meio de atividades de conscientização, como as palestras e OPoes (Oficinas Preparatórias para Operação Estiagem), que ocorrem todos os anos com as prefeituras, orientando as brigadas e agentes da Defesa Civil. “Também é comum o encontro com os sindicatos rurais e orientação da importância dos aceiros”, destaca o 1º-tenente.

“Concitamos o Executivo Municipal para que fiscalize as áreas verdes e os terrenos que devem ser mantidos limpos pelos proprietários sob pena de notificação e imposição de multa por parte do município”, cita o bombeiro. “A população deve estar instruída a eliminar ou minimizar qualquer risco de incêndio, principalmente os florestais, que são provocados, quase que totalmente, por ação humana. Evite depósito de lixos, em geral, em terrenos baldios e áreas verdes, arremessos de bitucas de cigarros ou outra fonte de calor, limpeza de áreas sem critério e em períodos críticos de seca e ventos, entre outras ações”, recomenda.

“Contamos com o apoio e conscientização da população: o meio ambiente é direito e responsabilidade de todos”, finaliza Eduardo.

14º GB


1º-tenente Eduardo: “População deve estar instruída a eliminar ou minimizar qualquer risco de incêndio”

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