Famílias vítimas de invasão retomam imóveis e conseguem se mudar

PRUDENTE - Rogério Lopes

Data 27/10/2015
Horário 07:47
 

Após viver momentos difíceis, por encontrarem as suas casas invadidas, duas famílias contempladas com um imóvel no Conjunto Habitacional João Domingos Netto, em Presidente Prudente, puderam, enfim, mudar para as residências. O impasse se deu no final de semana, quando ambas compareceram na propriedade e se depararam com outras pessoas morando nas casas.

"Cheguei e encontrei pessoas instaladas no meu imóvel, as quais disseram que não iriam sair de lá", explica a estudante Maria Angélica Alves, 35 anos. Ela diz que foi na residência no sábado, para levar alguns pertences, pois iria se mudar no domingo. No entanto, para sua surpresa, se deparou com a invasão.  A estudante conta que até tentou dialogar com as pessoas, mas não obteve êxito. "Falaram que iriam permanecer na minha casa", lamenta.

Diante do impasse, Maria Angélica resolveu registrar um boletim de ocorrência. "Esperei minha casa por 11 anos para alguém desonesto entrar no que não o pertence?", indaga a prudentina. Ela explica que voltou no domingo por duas vezes no imóvel e, na segunda, percebeu que a casa estava vazia novamente.

Mesmo não tendo mudado, ela diz que está dormindo na casa, para que o local não seja invadido novamente. Ressalta ainda que hoje (ontem) iria procurar a SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social) para que a pasta providencie novas fechaduras para as portas, já que os invasores arrombaram as duas que existem na casa.

Esta mesma situação foi enfrentada pela dona de casa Denise Cristina Leal, 37 anos. Ela conta que chegou com a mudança no sábado, mas encontrou uma família no lugar. Desta forma, também fez um registro na delegacia. "Fiz um boletim pelo fato", frisa. No entanto, ao retornar para o conjunto habitacional, viu que os invasores tinham deixado a casa. "Pude tirar os móveis do caminhão e colocar na minha residência", posiciona.

 

Invadiu

Pai de três filhos, o desempregado Danilo da Rosa, 26 anos, compõe uma das famílias que entraram nas 11 casas. Ele diz que participou de todo processo para aquisição do imóvel, mas que não conseguiu ser sorteado. A mudança para o local se deu após o proprietário da casa que morava de aluguel pedir o imóvel. "Foi o único lugar que eu poderia vir", salienta.

Além disso, Danilo afirma que tem ciência que "existem pessoas que possuem casas e ganharam outra" no João Domingos Netto. "Isso é errado. Tiram uma moradia de quem precisa de verdade", afirma. Ele acredita que a Prefeitura poderia fazer um levantamento e ver quem realmente tem direito ao imóvel. Explica ainda que iria conversar com a Assistência Social, visto que, diante das irregularidades que se tem conhecimento, vai exigir seus direitos, em ter sua casa própria.

 

SERVIÇO

FISCALIZAÇÃO

A SAS esclarece que existe um trabalho de fiscalização, mas que os munícipes podem contribuir, através de denúncias (no que se refere a possíveis irregularidades dos sorteados com uma casa no conjunto habitacional). Isto pode ser feito pelo telefone da pasta 3221-1797 ou pessoalmente no órgão, situado à Rua Napoleão Antunes Ribeiro Homem, 491, Jardim Marupiara. O horário de atendimento é de segunda à sexta-feira, das 8h às 17h.
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