Finalizados, prédios seguem fechados em Machado

REGIÃO - Jean Ramalho

Data 07/02/2016
Horário 09:30
 

 


Está descrito no artigo 196 da Constituição Federal que a saúde "é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação". Entretanto, em Álvares Machado, esse acesso universal e igualitário assegurado por lei tem sido dificultado. A razão desses obstáculos são dois postos de atendimento do programa ESF (Estratégia Saúde da Família), que tiveram suas obras concluídas recentemente, porém, ainda permanecem fechados.

Vizinho de muro do prédio da ESF Dr. Paulo Cléo Alves, no Jardim Horizonte, o auxiliar de serviços gerais José Ribeiro, 48 anos, conta que o local está fechado há cerca de cinco meses. Segundo ele, ao longo do período que mora ali, já teve que ligar na Prefeitura "inúmeras vezes" pedindo a roçagem do mato que insiste em crescer no local. "É complicado, o prédio está pronto, bonito, mas não atende ninguém. A única coisa que tem nele é aranha e carrapatos, devido o mato alto", lamenta o morador.

Com pintura nova e com aparente bom estado de conservação, o prédio se encontra cercado por mato e restos de materiais para construção. Com isso, a principal preocupação do vizinho do local é com a depredação do prédio. "É uma construção bonita, que tem tudo pra prestar um bom serviço à comunidade. Mas está assim, abandonada, correndo o risco de sofrer com a ação de vândalos", comenta o auxiliar.

 

São José

Do outro lado da cidade, no bairro São José, o cenário é parecido. O prédio da ESF Moacir A. Martins está aparentemente finalizado, com pintura em dia, pisos assentados e vidros colocados. Ao redor, restos de tijolos, cimento e uma betoneira denunciam que existiu uma obra há pouco tempo. Contudo, a sujeira e o vazio na parte de dentro do local evidenciam que paciente algum foi atendido ali. "Está pronto há uns seis meses, mas nunca fui atendida nele. Nunca funcionou", confirma a dona de casa Maria Aparecida Sonvesso, 59 anos.

Com a falta de funcionamento do prédio, a dona de casa relata que precisa caminhar aproximadamente dois km para buscar atendimento em outro posto de saúde. "Quando preciso de remédio ou de alguma consulta, tenho que preparar minhas pernas, pois a caminhada é longa", ressalta. A versão dela é confirmada pelo vizinho, o comerciante Ronan Tavares, 54 anos.

O morador cita que perdeu as contas de quantas vezes presenciou idosos, crianças e mulheres grávidas atravessarem a cidade para buscar atendimento em outro local, enquanto poderiam ser atendidos no próprio bairro. "É um descaso com a população mais necessitada. O prédio está pronto e fechado, sem poder atender. Gostaríamos de saber a razão disso", questiona o comerciante.

 

Ao chão

Ao lado do prédio da ESF do bairro São José, uma placa caída ao chão dizia que a obra foi iniciada em 12 de dezembro de 2013 e previa a conclusão da mesma para 12 de outubro de 2014. Ainda conforme os dizeres, o valor empregado na construção foi de R$ 336 mil, com recursos provenientes do governo federal.

Procurado para comentar a situação, o prefeito Horácio César Fernandez (PV) não foi encontrado nos telefones disponibilizados. Por sua vez, a reportagem tentou o contato também com a Prefeitura, por meio de sua Assessoria de Imprensa, entretanto, a mesma também não foi encontrada para falar sobre a situação dos prédios.

 
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