Fisioterapia oncológica,  você conhece?

A fisioterapia em oncologia é uma especialidade relativamente nova, pois a sua regulamentação no Coffito (Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional) aconteceu em maio de 2009, por intermédio da ABFO (Associação Brasileira de Fisioterapia em Oncologia). Contudo, a atuação do fisioterapeuta com pacientes oncológicos é bem mais antiga, pois a oncologia é uma prática transversal entre as áreas da formação generalista do fisioterapeuta. 
Devido à importância, grandes centros e hospitais especializados em oncologia já ofertavam programas de pós-graduação lato sensu e residência. O próximo desafio é a inclusão da disciplina na grade curricular nas graduações. Em atenção à necessidade do mercado de trabalho, o curso de Fisioterapia da Unoeste incluiu a disciplina optativa em Oncologia desde agosto de 2021. A atividade aconteceu no formato teórico e prático em parceria com o Hospital de Esperança de Presidente Prudente, onde os alunos tiveram a oportunidade de colocar na prática a avaliação e atuação do fisioterapeuta no âmbito hospitalar.
Por que é tão importante a atuação fisioterapêutica juntamente ao tratamento clínico e cirúrgico oncológico? Para responder, precisamos olhar para o desenrolar da história.
Por muitos anos o câncer foi tido como doença incurável e contagiosa. No final do século 19, surgem as primeiras intervenções cirúrgicas e tratamento clínico. Os avanços vieram no início do século 20 com a descoberta do rádio por Pierre e Marie Curie, que futuramente endossaria o tratamento por radioterapia; e em 1950, na descoberta da propriedade do gás mostarda, utilizado em guerras, era capaz de reduzir a divisão de algumas células de rápida reprodução, surgindo a quimioterapia.
A oncologia evoluiu muito nesses 70 anos, com novos tratamentos clínicos específicos para cada tipo de tumor. Fatos que têm contribuído significativamente sobre a mortalidade, a sobrevida com e sem a doença. Por outro lado, muito pacientes apresentam redução da qualidade de vida devido a sequelas cirúrgicas e limitações físicas adquiridas pelo tratamento clínico, as quais necessitam do olhar e avaliação cinético funcional do fisioterapeuta.
No contexto de tratamento oncológico atual, prevê-se um atendimento multiprofissional, integrando as ações do médico oncologista com as atuações dos enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, fonoaudiólogos, assistentes sociais, entre outros. 
Na circunstância de diagnóstico oncológico, em todas as faixas etárias, a fisioterapia consegue atuar mitigando as queixas relacionadas aos efeitos colaterais do tratamento clínico e na restauração de disfunções adquiridas devido à cirurgia de remoção do tumor. Nos casos de tumores avançados, o profissional poderá atuar com os cuidados paliativos, proporcionando ao paciente mais qualidade de vida, funcionalidade, suporte familiar e sempre respeitando a autonomia do paciente. Dessa forma, o profissional precisa ter o conhecimento específico dos tipos de tratamentos, suas consequências e manifestações em cada tipo de tumor, a fim de planejar seu atendimento envolvendo os aspectos preventivos e de restauração funcional.
Por meio da divulgação dessas informações, espera-se disseminar a importância do papel do fisioterapeuta juntamente ao tratamento oncológico e também despertar a busca de capacitações específicas destes profissionais, pois trata-se de uma área ainda muito carente.  
 

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