Bem que a dona Lolita, uma espanhola bocuda, desconfiava que seu marido Ramón, um espanhol de sangue quente, estava comendo "alpiste em outra gaiola". Ela estava certa. Não era só desconfiança. O marido tinha uma amante. Dona Lolita botou um detetive nos calcanhares do sedutor.
E não deu outra. O detetive fez fotos dos adúlteros, mostrando os dois entrando e saindo de vários motéis. Aliás, nos motéis a "coisa entra e sai" e pode aumentar a população mundial, hoje estimada em 8 bilhões de explorados e sofredores (crônica também é cultura). A amante não era exatamente uma mulher bonita e já beirava os 40 carnavais, a mesma idade de Ramón, ex-toureiro na Espanha.
Depois da confirmação do adultério, a dona Lolita preferiu ficar "na moita". Ou seja: nada de escândalos para não escandalizar a vizinhança. Aguentou tudo calada, uma verdadeira boca de siri. Ramón sempre dava as desculpas esfarrapadas para "tourear" a esposa e sair com a "filial". Lolita continuava "na dela". Silenciosa até demais para uma mulher traída e ainda por cima com fama de bocuda.
O tempo passou, Ramón continuava "biscateando" e, de repente, dona Lolita começou a se descontrolar. Ficou agressiva. Tudo por causa do "chifre". Um dia a coisa ficou feia. Durante um passeio pela rua do bairro onde morava, ela flagrou o marido com a amante no carro. Descontrolada, Lolita, aproveitando que o automóvel estava parado no semáforo, se jogou em cima do capô e se agarrou no limpador do para-brisa.
Maior quiproquó. O semáforo abriu e Ramón não pôde sair com o carro, pois poderia atropelar a mulher. Os motoristas que estavam atrás do carro dele começaram a reclamar e soltaram os cachorros. Uma multidão se formou.
Alguém chamou a polícia e um guarda de trânsito retirou Lolita de cima do capô. "Seu vagabundo, FDP, você me paga", gritou a esposa para o marido sedutor. Aí o trânsito foi controlado e Ramón foi em frente. Tudo terminou em divórcio.
Dona Lolita recebeu uma boa grana, deu um "tapa no visual", comprou uma casa e está de "marido novo". Aliás, não necessariamente um marido. É mais um espertalhão que, de acordo com as más línguas, "cheirou" a carteira dela e deve ter pensado: "É com essa que eu vou".
P.S.: Não aguento mais assistir aos telejornais quando se referem à guerra no Oriente Médio. Uma vergonha o noticiário. Não sabia que Israel tinha tantos assessores de imprensa na "Grande Emprença". Triste!
DROPS
Casamento: o que Deus uniu o adultério não separe.
Carro voador não é novidade, pois antes já existia o Aero Willys.
Sendo El Niño já faz este estrago todo imagine quando se tornar El Hombre.
Não é a loucura que muda o mundo. É a consciência.
(do filme "O Homem de Kiev")
