Fotógrafos profissionais enfatizam locais prudentinos através de retratos

Exposição conta com o envolvimento de oito artistas, que refizeram imagens captadas por Massuo Aoki na década de 1990

VARIEDADES - IVE CAROLINE

Data 25/11/2017
Horário 12:59
Marcio Oliveira
Marcio Oliveira

O “Ontem e Hoje” de locais cotidianos da população de Presidente Prudente, registrados pela lente de oito fotógrafos. Até o dia 29 de novembro, a Galeria Cristal de Talentos da Apea Prudentina recebe uma exposição que revive os retratos registrados durante a década de 1990 por Massuo Aoki – falecido aos 94 anos - , profissional amador conhecido por delinear momentos e eventos da cidade. A visitação é de segunda a sexta, das 9h às 21h30, e aos sábados e domingos, das 9h às 19h.

Segundo o artista plástico e escultor Erivaldo Santos, conhecido como Vadinho – curador da mostra -, a exposição surgiu em setembro do ano passado e envolve alunos e ex-alunos da Facopp (Faculdade de Comunicação Social “Jornalista Roberto Marinho”), que objetivaram documentar os patrimônios da cidade e despertar o interesse das pessoas pela fotografia do cotidiano, através do olhar de Massuo Aoki, mostrando a evolução do município durante 20 anos.

“Uma foto diz mais do que mil palavras. A capacidade que o fotógrafo tem de registrar um momento, uma situação e deixar tudo isto guardado é o que chamamos da essência da arte. Eu faço todo tipo de exposição e nunca vi a arte fotográfica sendo tão bem vista e procurada pelas pessoas que a apreciam. É um trabalho bem diferenciado e precisa ser muito mais valorizado pela beleza que carrega”, ressalta Vadinho.

Segundo o curador, Massuo nasceu no Japão em 1916 e veio para o Brasil em 1925. Nos anos 70 foi membro do Clube Prudentino de Fotografia e possui um acervo que inclui cenas do cotidiano com foco na cidade e na família.

A exposição passou por diversos espaços da cidade, como o Park Shopping Prudente, o Euromarket e, com o auxílio de Vadinho, o público também pôde acompanha-la no Tênis Clube anteriormente. A circulação da mostra será finalizada no Espaço Agripino, localizado no Campus 1 da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista).

 

Os fotógrafos

“Não imaginávamos que nosso trabalho tomaria esta proporção”. Estas são palavras da jornalista Marlene Reverte, que definiu a experiência como “inexplicável”. Segundo ela, Massuo era um fotógrafo amador, que retratava momentos com o objetivo de que suas imagens servissem para que outras pessoas contassem a história evolutiva da cidade, por meio das lentes. Sobre as dificuldades, Marlene revelou que uma das fotos havia sido produzida em um prédio que, na época, estava em construção.

“20 anos depois, nós voltamos até o prédio e vimos que ele era residencial e foi necessário descobrirmos qual era o andar do apartamento que fora o ponto escolhido por Massuo, além de conseguirmos a autorização do dono para que pudéssemos ir até lá”, conta.

O publicitário Guilherme Suzuqui explicou que cada fotográfico se responsabilizou por refazer duas ou três fotos. Os locais registrados por ele foram terminal urbano, o pontilhão do camelódromo e a fachada da oficina mecânica de Massuo Aoki.

“Nós retratamos o passado e também conseguimos mostrar o nosso próprio olhar. Foi um ganho de experiência incrível. Como fotógrafo, é sempre mais fácil criar uma imagem, porém, quando temos que reler um retrato, acaba sendo muito mais difícil. Ver o resultado alcançado e poder comparar o que mudou, ou não, e toda a urbanização que a cidade ganhou ao longo dos 20 anos, é incrível”, confessa o fotógrafo.

A Igreja Nossa Senhora da Aparecida e o Calçadão de Prudente foram retratados pelas lentes da jornalista Taíne Correa. Neste último local, ela contou que foi necessário realizar uma breve pesquisa com as pessoas que estavam no local, principalmente as de mais idade, para conseguir levantar os nomes das lojas na década de 1990, ou pelo menos onde eram, para que ela pudesse se localizar e ficar exatamente na mesma posição que o Massuo ao fotografar.

“Entre idas e vindas para fazer a melhor foto do ângulo certo, acho que levei quase duas semanas, porém foi maravilhoso participar dessa reconstrução da história de Prudente. Além do mais, nós podíamos fazer uma foto com o olhar do Massuo e com o nosso olhar também, isso foi enriquecedor porque vimos o quanto podemos aproveitar de um lugar se o olharmos de outra maneira. Muita gente que viu a exposição nos lugares em que ela rodou veio parabenizar essa iniciativa. Foi um projeto muito feliz” acrescentou.

 

Seleção e recriação

Conforme o fotógrafo Guilherme Suzuqui, o processo de recriação das fotos foi dividido em etapas. A primeira delas foi o contato com o acervo de Massuo, disponibilizado por seu neto, para que fossem realizadas analises das imagens. Várias reuniões se sequenciaram com este proposito, até que fossem escolhidos os retratos que seriam revividos.

“Foram vários desafios, pois queríamos dar a mesma perspectiva do olhar do autor, para que as pessoas pudessem todas as mudanças sofridas ao longo dos anos. Tiveram fotos, como a do Parque do Povo, que a diferença é gigantesca. Levamos quase oito meses para concluir todas as etapas deste projeto”, pontua. Suzuqui.

O trabalho contou com a participação de Weverson Nascimento, Carlos Júnior Volpi, Taíne Correia, Fábio Prado, Danúbia Leite, Guilherme Suzuqui, Marlene Reverte e Nathiele Takahara, além do apoio dos professores da Facopp Fabiana Alves, Giselle Tomé, Roberto Mancuzo e Paulo Miguel. 

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