Frustração, tristeza e incerteza no futuro do atletismo

Esportes - DA REDAÇÃO

Data 25/09/2022
Horário 07:10
Foto: Cedida
Cremilson e seus meninos e meninas, que para ele são como filhos
Cremilson e seus meninos e meninas, que para ele são como filhos

O sentimento que era de total esperança para técnicos, atletas, familiares e apreciadores do atletismo prudentino com a nova pista da Unesp (Universidade Estadual Paulista), infelizmente se transformou em frustração e incertezas do que esperar no futuro, com a paralisação das obras da pista. “Essa é a nossa sensação”, narra o técnico Cremilson Julião Rodrigues, o Montanha, da APA (Associação Prudentina de Atletismo)/Semepp/Talento Olímpico, por diversas vezes convocados para integrar a CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo).

Afinal, segundo ele, ali naquela pista treinavam atletas de renome, internacionais. Atletas de base que vingaram nos treinamentos mesmo naquela pista toda deteriorada, de borracha sintética com bolhas, mas que eles escolhiam um cantinho aqui, outro ali e conseguiam tirar leite de pedra.

“Desenvolvíamos um trabalho similar ao que eles normalmente aplicam em competição. Agora a gente literalmente está num mato sem cachorro. Temos algumas pistas dentro do município mesmo que não atendam totalmente ao que precisamos, e a pista de grama onde temos feito nossos treinamentos de grande escala”, lamenta o treinador.

 

Reflexo nas competições
Cremilson relata que os reflexos disso estão sendo vistos nas provas técnicas que tem sido insuficiente. No final de semana, por exemplo, ele citou que teve o Campeonato Brasileiro Sub-23, em Cuiabá (MT), em que representando a APA foram: Maria Victória Belo de Sena que embora tenha vencido a prova, o resultado em si não foi bom. Seu irmão, João Victor Belo de Sena, terminou em 5º, e não melhorou seus resultados. Gabriel Luiz Boza que segundo Montanha era franco favorito à sua prova, além dos transtornos da pista teve transtornos com relação a sua chegada em Cuiabá e acabou ficando em terceiro lugar. E Michael Agostinho terminou sua prova em 4º lugar.

“Os resultados não foram satisfatórios. Isso porque passaram uma semana em Bragança, mas uma semana não vai resolver nada. Percebe? Existe aquela frustração de que se estivéssemos treinando num ambiente correto, seríamos praticamente imbatíveis nesse torneio em Cuiabá. Isso é o resumo do que representa essa nova demanda com relação a nossa pista de atletismo da Unesp”, desabafa Montanha.

 

No asfalto, na grama, no cimento...

O treinador diz que sente no coração, e é perceptível em seu tom de voz, não somente porque é apaixonado pelo que faz, mas porque se entrega por seus atletas. Porque ele luta pelo esforço, pela dedicação de cada um de seus meninos e meninas, que para ele são como filhos.

Cremilson conta que hoje eles têm treinado no asfalto, na grama, no cimento, onde encontram um espaço. Antes do Mundial estavam indo treinar em pistas de cidades vizinhas como nas paranaenses Londrina e Maringá, agora abriu a pista de São José do Rio Preto (SP), mas para isso tudo demanda um gasto que a associação nem o município têm condições de arcar.

“Então, sinceramente a gente não sabe o que vai ser do atletismo prudentino. Nos sentimos desamparados nesse quesito do espaço físico para o treinamento adequado”.

 

 

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