Na tarde de sábado, a Coordenadoria Regional de Proteção e Defesa Civil chegou a anunciar o encerramento da ocorrência na área da Vila Furquim, em Presidente Prudente, que exalava fumaça possivelmente tóxica desde o dia 12, decorrente da queima em profundidade de inservíveis em um depósito clandestino de entulhos. Em menos de 48 horas, ou seja, na manhã desta segunda-feira, porém, a emissão de gases voltou a ser presenciada no local.
A chuva que caiu na cidade desde o sábado provocou a abertura do solo, que já estava totalmente abafado, exigindo do Corpo de Bombeiros uma nova avaliação na área, informou a Defesa Civil, na manhã desta segunda-feira.
No sábado, a técnica considerada a mais eficaz para reduzir a emissão de fumaça e resfriar o material incandescente que persistia na área, equivalente ao encharcamento do solo, ainda seguiu pela manhã, conforme noticiado neste diário. A força-tarefa chegou a despejar volume de aproximadamente 300 mil litros de água por dia no local, conforme o cronograma de apoio logístico e operacional do Pame (Plano de Auxílio Mútuo em Emergência).
A estratégia consistia na abertura de uma vala contínua com cerca de três metros de largura por dois metros de profundidade, ao longo do talude do terreno, possibilitando o encharcamento do solo e a infiltração da água até as camadas subterrâneas onde persistia a combustão.
Apesar de não haver mais chamas visíveis no local, o material depositado em profundidade - composto por restos de madeira, tecidos, papéis, espumas e outros resíduos sólidos - continuava em combustão subterrânea, ocasionando a liberação de fumaça densa e de odor forte, com características tóxicas em virtude da mistura de materiais, explicou o 14º GB (Grupamento de Bombeiros).
Plano de emergência
A operação foi realizada de maneira integrada, com apoio da Prefeitura Municipal, Defesa Civil, concessionárias de rodovias, usinas da região e empresas integrantes do Pame. Como noticiado neste diário, técnicos do Gaema (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente) – Núcleo Pontal do Paranapanema do MPE (Ministério Público Estadual) elaboram um parecer sobre o atual cenário na área.
A intenção, conforme o promotor, Gabriel Lino de Paula Pires, é de, com os apontamentos do documento, o Gaema possa então exigir dos órgãos envolvidos todas as medidas técnicas necessárias para sanar o problema, bem como, responsabilizar os culpados. A persistência da emissão dos gases levou a escola do Sesi (Serviço Social da Indústria), localizada em área vizinha ao imóvel atingido pelo incêndio, a suspender as aulas presenciais na unidade e adotar o ensino remoto, desde a última quarta-feira. Escolas municipais situadas no entorno também tiveram suas atividades canceladas até esta segunda-feira.

Defesa Civil
Chuva que caiu na cidade desde sábado provocou abertura do solo, que já estava totalmente abafado