Funcionários de usina ainda aguardam pagamento

REGIÃO - Victor Rodrigues

Data 23/03/2016
Horário 09:41
 

Os funcionários da Usina Companhia Flórida, a antiga Floralco, em Flórida Paulista, ainda aguardam receber os salários atrasados e o acerto de contas para partir para suas cidades, nos Estados de Piauí, Maranhão e Alagoas. Desde quinta-feira, parte deles acampa em frente à empresa, no intuito de cobrar uma medida rápida para resolver a situação. De acordo com Roseli Carlos de Melo Esposo, presidente do Sindicado dos Trabalhadores Rurais da cidade, cerca de 250 funcionários recrutados de outros Estados para o serviço da safra estão na mesma situação. Eles vieram em janeiro, e desde então têm registrado problemas. "Alguns receberam parte de seus salários, e outros não receberam nada, mas todos estão com os pagamentos atrasados e não possuem dinheiro para voltar para suas cidades", explica.

Jornal O Imparcial Trabalhadores seguem acampados em frente à empresa

Devido aos problemas financeiros, eles foram desligados do trabalho no dia 10 de março e não receberam o acerto de contas até o momento. A líder sindical foi informada que a empresa fez uma proposta de pagar R$ 650 para cada ex-funcionário viajar. "Isso é injusto. Soube que alguns aceitaram. Tem gente que precisa receber até R$ 6 mil por todos os dias trabalhados, até agora. O pagamento é feito pela produção", explica.

Rubens Germano, 1º-secretário da Faresp (Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo), diz que a empresa alega que irá acertar o devido, mas não acerta. "Ainda hoje à tarde havia cerca de 140 funcionários em frente à empresa. É uma situação desesperadora, pois estão longe de suas casas, há 3 mil quilômetros, mais ou menos, e estão sem dinheiro", comenta.

Diante desse cenário, a Feraesp apresentou denúncia junto ao MPT (Ministério Público do Trabalho) Regional da 15ª Região, em Presidente Prudente, alegando que "os trabalhadores se encontram em situação análoga ao período da escravidão".

De acordo com a procuradora do caso, Renata Crema Botasso, várias audiências entre as partes foram feitas no decorrer das semanas para tratar o assunto. "Pedimos para que a empresa tome providências o mais rápido possível. A administração tem que correr contra o tempo, antes de serem processados e autuados", relata. Ela diz também que foi informada pelo advogado da empresa que a usina tem acertado as contas para que os trabalhadores retornem aos seus locais de origem. "O MPT tem atuado e adotado medidas que não podem ser divulgadas, no momento, para não atrapalhar a estratégia de ação do caso. Quando tivermos uma posição, será divulgada", esclarece a procuradora.

A reportagem tentou entrar em contato com a administração da Companhia Flórida, e também com seu advogado Galber Henrique Pereira Rodrigues, mas até o fechamento desta edição, nenhum representante foi localizado.
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