Fúria Prudentina

OPINIÃO - Thiago Granja Belieiro

Data 02/08/2025
Horário 04:30

Não odeio futebol, mas também não posso dizer que sou daqueles que realmente gosta, de verdade, do esporte número um na preferência nacional, quiçá, global. Tive um fase, sim, de torcedor fanático, na 5ª série, quando torcia para o Corinthians, time que é, ainda, meu preferido. Tentei, como muitos meninos da minha idade, jogar futebol na escola, nem que fosse um pouco. Era pra lá de péssimo, era o tipo ideal do perna de pau, quase sempre o último escolhido para os times, ocasiões em que jogava na zaga e era chamado de “quebra-canelas”. 
Desisti do futebol quando conheci o rock in rol e o esporte deixou de fazer parte do meu cotidiano. Desde então, creio que vi poucos jogos de futebol na TV, em uma ou outra Copa do Mundo. Na última, confesso, não vi nenhum jogo completo e é possível que tenha visto um ou outro dos gols da competição. Revelo, envergonhado dos meus compatriotas, que acho muito chato ver jogos na TV, não tenho a mínima paciência, além de ter críticas claras a respeito da milionária indústria do futebol. 
Entretanto, preciso dizer que no último sábado, tive a oportunidade de ver no Prudentão, o jogo do Grêmio Prudente contra o Noroeste, time que ouvi falar a primeira vez aquele dia. É uma sensação completamente distinta a de ver um jogo ao vivo, sem uma tela que te coloca a quilômetros de distância do entusiástico confronto. Ao vivo, ali no estádio, o jogo é outro, mais divertido, mas dinâmico e emocionante, com jogadas simples, que, se na TV parecem enfadonhas, ali são dignas de grandes épicos. Só agora posso entender os narradores de futebol que narram jogos nas rádios, só eles podem entender os sentimentos que sente-se ali, no estádio de futebol. 
A vitória do Grêmio foi um alento, mas a verdadeira diversão veio das muitas observações que pude fazer. É claro que o jogo teve momentos bons e ruins, mas o fato do Grêmio ter dominado a partida do início ao fim tornou o momento muito mais interessante. Para além das excelentes jogadas, das quais não me sinto preparado a comentar, adequadamente, dado meu desconhecimento do esporte, devo dizer que ver os gols ali, ao vivo, foi bem legal. Estava distraído no primeiro gol, que acabei vendo de relance, e fiquei ali, aguardando, durante a comemoração, o replay que não veio. O segundo confesso que mal vi, mas entendi que era gol do Grêmio pela forte emoção que tomou conta da torcida. 
De fato, me pareceu que a torcida fez um espetáculo à parte. Aparentemente todos se comportam como técnicos experientes, dando sugestões e fazendo críticas aos jogadores que, sendo verídicas, colocariam o time facilmente na primeira divisão. Meu repertório de palavrões e xingamentos se ampliou consideravelmente, relembrando alguns esquecidos e conhecendo novos. Ri muito dos comentários e brincadeiras que emanavam de vozes desconhecidas e apaixonadas pelo Grêmio Prudente. A Fúria Prudentina, torcida organizada do Grêmio, deu outro show à parte, cantando, tocando bateria e levantando o entusiasmo do time e da torcida em direção à vitória. 
Obrigado Grêmio e obrigado Fúria Prudentina por me fazer redescobrir as pequenas alegrias que um jogo de futebol pode proporcionar e por me fazer sentir parte dessa comunidade de torcedores do Grêmio. 

Publicidade

Veja também