Gakiya recebe novas ameaças de morte

Ordem de execução contra o promotor do Gaeco teria partido da facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios, e descobertas em carta interceptada na penitenciária de Bernardes

REGIÃO - WEVERSON NASCIMENTO

Data 31/10/2019
Horário 04:01
Arquivo - Lincoln Gakiya é novamente alvo de ameaças de morte por facção criminosa
Arquivo - Lincoln Gakiya é novamente alvo de ameaças de morte por facção criminosa

O promotor do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do MPE (Ministério Público Estadual) em Presidente Prudente, Lincoln Gakiya, é alvo novamente de ameaças de morte que teriam partido da facção criminosa, que atua dentro e fora dos presídios paulistas, e descobertas em uma carta interceptada na Penitenciária Silvio Yoshihiko Hinohara, de Presidente Bernardes. A carta apreendida na semana passada pontua a seguinte ordem: "promotor do Gaeco tem que morrer esta semana". A referência, segundo o próprio promotor, diz respeito às atividades em frente ao Gaeco, na transferência de líderes da facção criminosa, que controla o crime dentro e fora do Estado de São Paulo, para presídios federais.

Além da ordem de execução do promotor e escolta policial, o registro informa possíveis locais de armamentos e estratégias de fugas para países vizinhos, como Bolívia e Paraguai. A carta, segundo Gakiya, foi “assinada” por dois presos – um deles afiliado a Marcos Willians Herbas Camacho, Marcola, e o outro a Júlio César Guedes de Moraes, mais conhecido como Júlio Carambola.

De acordo com o promotor, a carta também trazia informações de uma residência no Conjunto Habitacional João Domingos Netto, que, através de mandado, foram expedidas buscas e apreensões. A moradora da casa se tratava de uma companheira e visita de um preso da penitenciária de Lavínia (SP). No local não foram encontradas armas de fogo, nem drogas, somente cartas, agendas e contatos telefônicos que estão sendo analisados pela polícia. “Tudo indica que essa mulher possa ter algum tipo de envolvimento, pois é visita em um presídio habitado principalmente por presos de uma facção criminosa. Além disso, investigaremos se ela é responsável em levar e trazer informações, inclusive, para outros detentos”.

NOVAS INVESTIGAÇÕES

E SUSPEITOS DO CASO

Já na última quinta-feira, o promotor relata que chegou até a polícia a informação de outra residência, também no Conjunto Habitacional João Domingos Netto, que teria escondido em seu interior, fuzis, drones e explosivos. No local, foi cumprido mandado de busca e apreensão, e para “surpresa da investigação, a moradora é esposa do preso, cuja carta foi interceptada na penitenciária de Presidente Bernardes”. Na casa dela, foram encontradas agendas, recibos de depósitos, códigos e anotações que são semelhantes aos encontrados na carta aprendida com o detento.

Tudo isso leva a crer, segundo Gakiya, que essa moradora, até mesmo por ser companheira do preso, possivelmente, tenha envolvimento com o plano. “Desconfiamos que esses imóveis seriam utilizados como pontos de apoio, seja para guardar o armamento, seja para abrigar os criminosos que viriam, segundo a carta, do Paraguai e da Bolívia”.

No decorrer das investigações, foram realizadas buscas nas celas dos detentos e, em uma das unidades, encontraram escritos que continham anotações sobre drones e explosivos. Diante das ameaças, os dois presos foram transferidos para a Penitenciária Zwinglio Ferreira, P1 de Presidente Venceslau, e também devem ser transferidos para presídios federais. A Polícia Civil e o Ministério Público Estadual apuram a autoria das novas ameaças contra o promotor Lincoln Gakiya.

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