Gasolina e etanol ficam até R$ 0,20 mais caros

PRUDENTE - Victor Rodrigues

Data 06/01/2016
Horário 06:02
 

O valor dos combustíveis voltou a subir na semana passada, última semana de 2015, mas boa parte dos postos segurou os preços no fim do ano e começou a repassá-los nesta semana. Em Presidente Prudente, os valores subiram de R$ 0,10 a R$ 0,20, tanto para o litro do etanol como para o da gasolina. Já o preço do diesel permanece intacto. Hoje, nas bombas, o preço da gasolina pode ser encontrado de R$ 3,58 a R$ 3,69; e do etanol, de R$ 2,49 a R$ 2,59.

De acordo com Alexandre Muchiutt, proprietário do Posto Universitário, a alteração foi motivada pelo aumento das distribuidoras. "No fim do ano, o aumento era quase diário, algo de R$ 0,01 a R$ 0,02 a cada dois dias, e seguramos até onde conseguimos. Mas chegou em um ponto que precisamos repassar para evitar prejuízos", comenta.

Jornal O Imparcial Mais caro, litro da gasolina chega a R$ 3,69, e do etanol a R$ 2,59, em Prudente

José Alberto Paiva Gouveia, presidente da Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Pertróleo do Estado de São Paulo), acredita que o aumento da gasolina ocorre em virtude do aumento do álcool, pois, no país, o produto é composto por 27% de etanol. Com análise dos valores praticados na região, ele também acredita que a alta esteja relacionada a questões de livre mercado. "Não há outra explicação. Mesmo com o reajuste frequente do etanol, o aumento nas refinarias do último tempo não é tão considerável para que chegue aos postos neste patamar", considera.

De acordo com o Cepea/EsalQ (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada/Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), que analisa a produção da cana-de-açúcar em todo o Estado de São Paulo, apesar da baixa liquidez, o mercado paulista de etanol encerrou 2015 com preços em alta. O principal motivo foi a redução no volume ofertado por usinas que ainda estão em atividade, em decorrência das chuvas que limitam a colheita da cana no centro-sul do país.

Entre 28 e 30 de dezembro, o Indicador Cepea/EsalQ do hidratado (Estado de São Paulo) foi de R$ 1,7258/litro, sem impostos, aumento de 1,3% frente ao da semana anterior, e de 1,7% no acumulado do mês. Para o anidro – produzido para compor a gasolina –, as variações também foram positivas, mas se limitaram a 0,3% e 0,2%, respectivamente, com o indicador da última semana a R$ 1,9526/litro, sem impostos.

A Assessoria de Imprensa da Cepea/EsalQ informa que a possibilidade de elevação da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) sobre a gasolina poderá contribuir para uma melhora na competitividade do biocombustível, cujo valor supera os 70% do combustível fóssil nos postos de todos os Estados brasileiros, incluindo Mato Grosso, onde, até meados de dezembro, o preço do etanol vinha se mantendo abaixo desse percentual, tido como referência por grande parte dos proprietários de carros flex para avaliar a competitividade de um ou outro combustível.

 

Consumidores


Como sempre, os consumidores se queixam do aumento frequente. A cozinheira Ediléia Lima, 40 anos, que tem um carro com motor movido a etanol, parou de usar o carro diariamente e alterna o caminho do trabalho com o transporte coletivo para economizar com o combustível. "Mesmo se tratando de álcool ainda sai caro. Tenho usado bastante ônibus para trabalhar. Ora vou de carro, ora de ônibus", declara.

Fábio Dourado, 39 anos, professor, tem um automóvel flex. Ele mora em São Gabriel do Oeste, no Mato Grosso do Sul, e esteve de passagem por Prudente. "Onde moro, os combustíveis são mais caros. Compensa usar gasolina. Já aqui, ainda prefiro etanol. Por enquanto é compensador. A situação está crítica para todos. A gasolina lá, já chega a R$ 3,97", relata.
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