Gestante relata dificuldade em ser atendida

PRUDENTE - Rogério Lopes

Data 16/12/2015
Horário 08:44
 

Desde sexta-feira, o casal Fernando Alves dos Santos Passo, 28 anos, e Graziele Gonçalves dos Passos, 27 anos, vive um impasse na rede municipal de saúde de Presidente Prudente. Isso porque, a jovem – que está grávida de quatro meses – busca atendimento com um médico ginecologista e obstetra na UBS (Unidade Básica de Saúde) do Ana Jacinta, mas não consegue. Segundo o casal, o motivo, informado pelos funcionários da instituição, é a falta de vagas para a consulta com o especialista. Graziele diz que sente frequentes dores na barriga e na cabeça, por isso, quer a orientação e o acompanhamento do profissional.

De acordo com o gestor da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Sérgio Luiz Cordeiro de Andrade, devido o pedido de exoneração do especialista que atendia na UBS, o local permaneceu por um período sem o atendimento especializado, fato que acumulou a demanda por consultas. No entanto, o titular da pasta esclarece que "tudo está normalizado", visto que outro obstetra foi contratado através do Ciop (Consórcio Intermunicipal do Oeste Paulista) e já realiza os trabalhos na unidade de saúde.

Quanto à paciente em questão, Sérgio afirma que a mesma já é acompanhada por um especialista na unidade de atendimento do Parque Cedral e que, desta forma, é indicado que ela prossiga com pré-natal no mesmo local e com o mesmo médico. "É o mais indicado para ambos os lados, para o médico, que tem todas as informações da paciente, e para a grávida, que já conhece o profissional", cita.

O titular da secretaria pontua ainda que a transferência de atendimento pode ocorrer, porém, se realmente for necessário. Sérgio Cordeiro assumiu o compromisso de conversar com Graziele, analisar sua situação e, havendo a necessidade, agendar a consulta no novo local, ou seja, na UBS do Ana Jacinta. "Vamos resolver esta situação", aponta.

 

Impasse

Por morar no Jardim Tropical, Graziele ressalta que realmente fazia o acompanhamento pré-natal no Parque Cedral. Porém, explica que, por sentir dores e ficar muito tempo sozinha, já que o marido trabalha até no período noturno, ambos resolveram se mudar para a casa da sogra, no Ana Jacinta, para que a gestante ficasse acompanhada.

Desta forma, Graziele – juntamente com a sogra – compareceram na sexta-feira para passar pelo médico especialista, visto que as dores na barriga continuavam e também para prosseguir com o pré-natal. Na ocasião, a gestante foi avisada que a unidade não tinha mais vagas para atendimento com o obstetra e foi orientada a retornar para casa e aguardar uma ligação no sábado para marcar a consulta, isso segundo o esposo dela.

Como não houve contato no dia seguinte, Fernando explica que sua mãe ligou na unidade e um funcionário disse que ainda não existiam vagas disponíveis. A gestante ainda procurou atendimento na segunda-feira, mas recebeu novamente a mesma informação. Ela foi orientada a buscar suporte em outra unidade de saúde municipal. "Reafirmaram que o local não tinha como atender mais uma gestante e que deveríamos procurar o serviço em outro bairro", cita o esposo.

Diante deste impasse, Fernando menciona que sua mãe foi até a Secretaria Municipal de Saúde para falar sobre o problema, onde, de acordo ele, foi informada que a unidade de saúde do Ana Jacinta deveria prestar os atendimentos necessários à paciente. "Falaram que a UBS tem que receber minha esposa, mas até agora não conseguimos passar pelo médico", lamentou ainda na manhã de ontem.

Por fim, Graziele acrescenta que mudou para a casa da sogra justamente para ter alguém para acompanhá-la nesse período de gravidez e porque a casa da sogra "é muito perto da UBS". "É inviável ir para outro bairro, sendo que moro do lado do prédio de saúde", reforça.

Na tarde de ontem, após dar entrevista a O Imparcial, a gestante foi chamada até a UBS do Ana Jacinta. Lá, Graziele foi informada de que deverá retornar à unidade no dia 8 de janeiro, pois foi agendada a consulta com um especialista.

 
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