Ainda não é possível encontrar os autotestes para a Covid-19 nas farmácias de Presidente Prudente. Dos 20 estabelecimentos farmacêuticos consultados nesta sexta-feira pela reportagem no município, 18 informaram que não pretendem ou não sabem se irão realizar a aquisição dos testes caseiros em um futuro próximo. Apenas duas drogarias - Farmácia Prudentina e a unidade da Drogasil na Vila São Jorge - relataram que já realizaram o pedido de compra dos kits.
O gerente da Farmácia Prudentina, Edilson de Novais Ribas, conta que fez a solicitação dos autotestes de Covid-19 para o Grupo Cimed há cerca de uma semana. “Dizem que vão me entregar dentro de 10 a 15 dias. Já faz uma semana que pedi. Então, acredito que na semana que vem, pelo que o representante me falou, já vai estar no estoque”, frisa o comerciante.
Já na unidade da Drogasil na Vila São Jorge, umas das farmacêuticas do estabelecimento narra que o pedido já foi feito, por meio do CPMH (Comércio e Indústria de Produtos Médico-Hospitalares e Odontológicos Ltda), para a aquisição do Novel Autoteste Antígeno, no entanto, ainda não há uma data definida para a entrega dos kits. “A gente já recebeu o treinamento para orientar os clientes a utilizarem o teste, porém, não consigo informar uma data de quando vai chegar, porém, sei que está próximo”, cita a profissional.
A liberação dos testes caseiros foi aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no dia 28 de janeiro e, até o momento, quatro empresas já tiveram os kits regularizados pelo órgão para serem comercializados nas drogarias do país. No entanto, em Presidente Prudente, a delegada regional do CRF-SP (Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo), Nicassia Barbara Gato Derra, indica que a regulamentação recente pela Anvisa e a baixa oferta de autotestes regularizados ainda são um empecilho para os estabelecimentos adquirirem os kits neste primeiro momento. “Creio que à medida que mais marcas forem registradas no Brasil, vai ser uma tendência aumentar a comercialização destes autotestes nas farmácias”, observa a farmacêutica que delega o CRF-SP na região de Presidente Prudente.
A resolução da Diretoria Colegiada da Anvisa, publicada no final janeiro, entende que os autotestes são dispositivos médicos direcionados, a pessoas leigas, para o diagnóstico in vitro para detecção de antígeno do coronavírus (Sars-Cov-2).
A aprovação da Diretoria Colegiada do órgão de vigilância sanitária nacional estabelece alguns critérios para o pedido do registro por parte das empresas farmacêuticas que irão fabricar ou distribuir os kits para as drogarias. Entre eles, os produtos devem apresentar instruções de uso, armazenagem e descarte, de forma clara e com ilustrações, para facilitar o manuseio e a interpretação do resultado.
A Anvisa também determina que é vedada a oferta de autoteste na internet em sites que não pertençam a farmácias ou estabelecimentos de saúde autorizados e licenciados pelos órgãos de vigilância sanitária competentes. O órgão ressalta que o autoteste é um teste de triagem, ou seja, fornece apenas um resultado orientativo, porém, não conclusivo para o diagnóstico, o qual deve ser realizado por um profissional de saúde qualificado.
O supervisor do departamento de Visa (Vigilância Sanitária Municipal) de Presidente Prudente, Daniel Eduardo Lima Gulim, também ressalva que o autoteste não funciona como um atestado médico. “A realização de testes em farmácia é uma situação e o autoteste é uma outra. Por exemplo, o autoteste não te dá o direito, em obtendo resultado positivo, de se afastar do serviço. Você terá que obrigatoriamente passar por um médico para comprovar o resultado”, frisa Daniel.
Em uma pesquisa realizada pela internet, a reportagem verificou que a média de preço do autoteste é de R$ 69,90. É possível encontrar o kit para testagem nos sites da Drograria Pacheco, Drogaria São Paulo e Drogasil.
1 swab (cotonete estéril) de coleta;
1 cartão-teste (cassete) embalado em sachê aluminizado;
1 tubo plástico com líquido (solução tampão para extração);
1 instrução de uso.