Um selo foi até confeccionado, pelo grupo de empresários – donos de bares e restaurantes de Presidente Prudente -, no qual eles pontuam os 170 dias que estão prestes a serem completados, com os estabelecimentos fechados, “o que é um recorde mundial”, de acordo com Fabiano de Oliveira Ventura, proprietário do Rock Burguer. À reportagem, ele lembra que em junho a região operou 14 dias na fase amarela, assim que o Plano São Paulo foi iniciado, mas não foi de grande ajuda para todos. “Se realmente não abrir no dia 5 de setembro [data início do período da próxima atualização do Estado], não sabemos o que fazer. Já seguramos ao máximo”, lamenta.
Nesse cenário preocupante e até chegar aqui, eles lembram que tentaram manter ao máximo os empregos e a atividade em dia. “Mas, hoje, muitos correm o risco de fechar”, complementa o proprietário do Garden Restaurantes, Paulo Meirelles. No encontro feito entre eles, o comerciante ainda mencionou que já havia estabelecimentos sinalizando o possível fechamento, “pois não aguentariam mais”.
E o fato de terem ficado 14 dias na fase amarela em junho, e logo depois regredir, não ajudou. Na verdade, complementando a fala de Fabiano, Paulo destaca que “muitos se prepararam” para uma retomada gradual da economia. Mas, assim que voltou para fase vermelha logo em seguida, e depois permaneceu na laranja por dias, como segue até hoje, “estoques de comida foram parar no lixo, pessoas que foram recontratadas não puderam ser dispensadas de imediato e isso só onerou o empresário, criando ainda mais uma dificuldade que já existia”, destaca.
Nessa modalidade de trabalho, fica possível, apenas, o sistema delivery e drive-thru. Mas, engana-se, segundo eles, “quem acredita que, por ter essa possibilidade, está tudo bem”. Muito pelo contrário. Segundo o proprietário dos restaurantes Ariga Food e Don Box, Jonathan Parisi, não é todos que se beneficiam com o sistema de entrega.
Ele, que faz parte do grupo representante, afirma que não são todos os segmentos que conseguem se manter dessa forma. De acordo com o empresário, há certos tipos de alimentos, pratos, que não são bem consumidos no sistema de entrega, como rodízios, por exemplo. “O delivery não é uma operação sustentável quando você tem um salão. Você tem um prédio, uma equipe para manter”, pontua.
Fotos: Sinomar Calmona
Jonathan Parisi (Ariga Food e Don Box)
Fabiano de Oliveira Ventura (Rock Burguer)
Paulo Meirelles (Garden Restaurante)
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