Há tempo para reverter o desgaste

OPINIÃO - Mauro Bragato

Data 27/05/2020
Horário 04:15

A pandemia da Covid-19 impôs ao mundo um desafio: fazer a economia sobreviver a esta crise na saúde pública. O dilema está latente também no dia-a-dia do brasileiro, afetando os aspectos econômico e social. 

De certa forma, o país acerta em algumas medidas de combate ao coronavírus, como o isolamento social, mas a desigualdade acaba sendo um grande impasse no controle da política de distanciamento e reclusão. Se por um lado a comunidade científica é unânime ao reforçar que o distanciamento social é a melhor maneira de enfrentar essa nova doença, por outro, a muitos brasileiros não é oferecida a “opção” de ficar em casa. Obrigados a saírem para trabalhar, expõem-se aos riscos.

Impasse semelhante vivem municípios e Estados. Comércio fechado, receita caindo, recursos escassos... Grande parte das cidades sofre com as dificuldades econômicas para subsidiar cidadãos reclusos para fugir da doença e caminha para ver a cada dia o número de leitos nos hospitais saturar, beirando o colapso do sistema de saúde. Isso obriga prefeitos e governadores a buscarem recursos para custear novos testes, respiradores, medicamentos, equipamentos para o combate à pandemia.

Isso reacendeu a polarização no Brasil. Radicalismos perpassam discussões sobre o enfrentamento da crise. Isolamento social versus a volta das atividades econômicas e comerciais! Enquanto isso, rumamos para ser um dos epicentros do novo vírus no mundo. Nossa imagem pode ficar manchada se medidas alinhadas e diálogo aberto não forem projetados.

Temos um inimigo comum, porém cada cidade, cada estado, deve enfrentá-lo de acordo com a sua realidade e mirar nos bons exemplos daqueles que estão com resultados mais promissores. A Argentina, por exemplo, tem conseguido controlar a pandemia com ações restritivas tomadas em consonância dos Poderes.

Para enfrentar a crise, é necessária uma convergência de esforços e otimização de recursos da União, dos Estados e dos municípios. É preciso superar conflitos e discussões de ideias e valores e abrir espaço para um diálogo unificado.

Unificando ações, conversando com setor produtivo e empresarial, buscando soluções de crédito, preservando empregos e gerando postos de trabalho, avançaremos e teremos tempo para reverter o desastre.

 

 

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